Os motivos que fazem de Boca e River um dos maiores clássicos do planeta Confrontos entre as duas equipes neste mês de novembro decidirá o campeão da Libertadores da América gplus
   

Os motivos que fazem de Boca e River um dos maiores clássicos do planeta

Confrontos entre as duas equipes neste mês de novembro decidirá o campeão da Libertadores da América

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Após mais de oito meses de disputa, 124 partidas jogadas e 30 times eliminados, a Copa Libertadores da América 2019 chega a sua final. O último ato dessa peça dramático-futebolística, que tem como protagonistas Boca Juniors e River Plate, ambos argentinos, será dividida em duas partes. A primeira acontece em La Bombonera, e a segunda, no Monumental de Nuñez.

Uma final de Libertadores, que por si só já é um grande evento, ganhou proporções ainda maiores com o título disputado entre as duas maiores equipes da Argentina. Os embates, a serem realizados nos dias 10 e 24 de novembro, vão parar não apenas o país portenho, mas também toda a América do Sul e outras nações do mundo que têm apaixonados pelo bom futebol.

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Os Xeneizes - como são chamados os aficionados pelo Boca -, já deixaram pelo caminho equipes fortes, como o Cruzeiro e o Palmeiras. Os  Millonarios - apelido da torcida do River -, por sua vez, também já eliminaram times muito competitivos, casos de Independiente e Grêmio. 

A final entre as duas equipes argentinas era desejada por muitos fãs, inclusive alguns brasileiros que, mesmo com a possibilidade da disputa do título por dois times nacionais (Palmeiras e Grêmio), ainda assim, desejavam um clássico portenho. "É o maior clássico da América!", argumentam alguns.

Mas você sabe por que este jogo é tão aguardado? Os motivos que fazem deste confronto um dos maiores do planeta quando o assunto é clássico no futebol? 

O DESEMPENHO NO TORNEIO
É claro que o clássico, por si só, já chamaria muita atenção. Porém, o futebol apresentado pelas duas equipes também tem sua contribuição para tanta ansiedade dos espectadores.

O Boca Juniors não começou bem na Libertadores e por pouco não ficou fora da fase mata-mata. Classificado em segundo no seu grupo, porém, mostrou evolução ao longo dos jogos e muita força dentro de seus domínios; na Bombonera, venceu todos os jogos e não sofreu nenhum gol. O destaque fica por conta de peças do plantel do técnico Guillermo Schelotto - Nández, Pavón, Benedetto e Tévez podem ser decisivos. 

O River Plate, por sua vez, teve um percurso um pouco mais sólido. Apresentou um futebol melhor do que do adversário e também não correu muitos riscos no torneio. Além disso, tem um elenco recheado de bons jogadores e fluidez em seu estilo de jogo. Pode-se destacar figuras no time de Marcelo Gallardo, casos de Enzo Pérez, Ignacio Scocco, Quintero e Gonzalo Martínez.

A RIVALIDADE HISTÓRICA
Juntos, os vizinhos de Buenos Aires somam 9 títulos de Libertadores, 6 na conta dos Xeneizes e 3 dos Millonarios, e em títulos nacionais, ambas equipes estão no topo da lista. Boca Juniors e River Plate se enfrentam desde 1913, mas ficaram frente a frente em decisões apenas em duas oportunidades - 1976, pelo campeonato nacional, e neste ano, pela Supercopa da Argentina. O placar está empatado, uma vitória para cada lado, primeiro venceu o Boca e depois o River.

Outro fator que aumenta os ânimos (e a ansiedade dos torcedores)  é a chamada "rivalidade de classes". O fato se deve porque o Boca é tido como um time da classe mais operária de Buenos Aires, um time "do povo", enquanto o River Plate é conhecido por representar uma área mais elitizada da capital. 

Até Mauricio Macri, presidente da Argentina, deu sua opinião sobre o confronto que promete parar a cidade. "Imagina a pressão que vai ser? Quem perder levará 20 anos para se recuperar. É uma final em que se joga muito, demais."

O FATOR TORCIDA
Boca Juniors e River Plate têm as duas maiores torcidas da Argentina. Os Xeneizes contam com cerca de 40% dos fãs de futebol no país, enquanto os Millonarios são aproximadamente 33%. Juntas, as equipes detém cerca de 73% do total de torcedores argentinos. Além do fator numérico, ambas torcidas são conhecidas pela paixão que demonstram dentro e fora dos estádios. Nas arquibancadas, dão show à parte, com cânticos e cores que fazem jogadores, espectadores (e até o estádio) vibrarem.

A ÚLTIMA VEZ DAS FINAIS
Quase que a finalíssima entre River e Boca não seria disputada nos estádios próprios das equipes e em frente às suas respectivas torcidas. Isso porque, a partir da Libertadores 2019, haverá um jogo único para definir o campeão e a partida será em um estádio considerado neutro, assim como é na Liga dos Campeões.
O último ato da Libertadores finalizado em duas partes, portanto, será interpretado pela última vez por dois grandes protagonistas do futebol sul-americano. Boca e River, River e Boca, e muita história envolvida.


Rudiney Freitas