Só em comercial de desodorante que os caras exibem aquela fatídica pizza embaixo do braço com orgulho. O suor excessivo constrange e atrapalha as atividades normais do dia a dia de quem sofre com o problema chamado tecnicamente de hiperidrose. “Acontece devido a doenças sistêmicas ou distúrbios/ lesões neurológicas ou localizadas (palmar, plantar ou axilar). O tipo mais comum é o associado ao estresse emocional”, afirma a dermatologista Renata Domingues.
O que é?
Existem dois tipos de hiperidrose: a primária e a secundária. A primária (ou localizada) acomete quase 1% da população e cerca de 20% destas pessoas já nascem com predisposição a este problema, podendo ter como causa o fator hereditário.
A hiperidrose secundária (ou generalizada) pode ser desencadeada por hipertireoidismo, diabete, distúrbios psiquiátricos, temperaturas elevadas e fatores emocionais.
O início dos sintomas pode ocorrer na infância, na adolescência ou somente na idade adulta. Apresenta-se a hiperidrose, principalmente, nos jovens entre 15 e 30 anos. Fatores emocionais como a ansiedade estão ligados à sudorese. A hiperidrose localizada é tem emocional. Muitas vezes é associada à aceleração das frequências cardíaca e instabilidade vasomotora.
Como tratar?
É possível se livrar deste incomodo, sim. Existem opções de tratamentos clínicos, onde a pessoa passa a utilizar antiperspirantes, sabonetes e talcos especiais para controlar o suor exagerado ou opta por injeções locais de toxina botulínica (o famoso botox) que tem bastante sucesso em casos de hiperidrose axilar.
Opte pelo tratamento clínico no início e se mesmo assim não adiantar, os médicos aconselham a cirurgia.
O tratamento cirúrgico é uma boa alternativa principalmente nos casos mais graves. É importante deixar claro que a operação traz riscos de hiperhidrose compensatória, ou seja, cura o suor do local operado, mas faz com que a pessoa transpire excessivamente em outras regiões do corpo que até então não eram afetadas.
O tratamento cirúrgico se chama Simpatectomia Torácica por Videotoracoscopia e é feito com anestesia geral. A cirurgia interrompe a transmissão dos nervos responsáveis pelo suor excessivo.
Pós operatório
É possível receber alta no dia seguinte após a operação e dentro de poucos dias poderá retornar às atividades habituais, no máximo em 10 dias.
As cicatrizes são muito pequenas, quase imperceptíveis e não há pontos na pele para serem retirados.
O resultado da cirurgia é evidente. As extremidades superiores ficam secas e quentes assim que o paciente se recupera da anestesia em 95% dos casos.
Dicas para minimizar alguns sintomas da hiperidrose
- Use roupas de cores claras. As cores escuras deixam mais evidentes a marca de suor e absorvem mais o calor;
- Use blusas de mangas de algodão ou linho. Elas absorvem bem o suor debaixo dos braços;
- Evite roupas de tecidos sintéticos, como lycra ou poliéster, que não absorvem o suor e dificultam a evaporação dele;
- Evite banhos muito quentes, que elevam a temperatura do corpo, fazendo você suar muito mais após o banho.
