H041: a supergonorreia Cientistas revelam que DST encontrada no Japão é resistente a antibióticos, se espalha rapidamente e pode causar até infertilidade gplus
   

H041: a supergonorreia

Cientistas revelam que DST encontrada no Japão é resistente a antibióticos, se espalha rapidamente e pode causar até infertilidade

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Recentemente, a OMS (Organização Mundial da Saúde) anunciou a descoberta de uma variação da bactéria que causa a gonorreia, alertando sobre uma possível ameaça à saúde mundial. Um surto da doença chamou a atenção da imprensa internacional por conta de sua proliferação acelerada e, principalmente por conta da resistência da bactéria aos antibióticos conhecidos. Também chamada de H041, a doença se alastrou repentinamente pelo Japão e vem preocupando especialistas em todo o globo.

Causada pela bactéria gonococci, a gonorreia, palavra derivada do termo grego gonórrhoia, que significa "corrimento nos órgãos da geração", até hoje foi relativamente fácil de tratar com antibióticos chamados cefalosporinas. Geralmente, os pacientes precisam de apenas uma única dose do medicamento para se livrar do problema.

Entretanto, esta nova variação da DST sofreu uma mutação genética nas últimas décadas, tornando-se resistente aos tratamentos existentes. Segundo cientistas suecos, isso aconteceu porque o antibióticos se tornaram tratamento padrão para a gonorreia nos anos 1940. O período de mais de sete décadas até os dias de hoje deu espaço para que a bactéria desenvolvesse mecanismos de resistência a todas as drogas voltadas ao controle da doença. Além de feridas por todo o corpo, quando não tratada, a supergonorreia pode levar à infertilidade e à morte em ambos os sexos se a bactéria alcançar a corrente sanguínea ou as articulações.

No Brasil, de acordo com dados do Ministério da Saúde, a gonorreia, ou uretrite gonocócica, ataca mais de um milhão e meio de pessoas. Uma vez contaminado, o indivíduo começa a sentir os sintomas da DST em torno de 5 a 10 dias depois, que incluem ardência ao urinar, febre baixa e a eliminação de um corrimento amarelado.

A doença é mais comum em homens com vida sexual ativa entre os 15 e 29 anos de idade, porém nas mulheres ela pode ser mais perigosa. Pesquisas recentes mostram que metade delas sofre de gonorreia anorretal, a qual não apresenta sintomas. A prevenção através do uso de preservativo continua sendo a melhor saída -- ainda mais diante de uma bactéria que deu um passo à frente em relação à tecnologia.