Primeiro voo comercial do Concorde completa 40 anos

Confira as curiosidades sobre o último avião comercial a ultrapassar a velocidade do som

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A história do Concorde teve início no começo da década de 60. Em meio à Guerra Fria, Inglaterra e França decidiram trabalhar juntas para construir um avião com velocidade supersônica que conseguisse transportar passageiros.

A aeronave começou a ser projetada em 1965, mas foi só em março de 1969 que o primeiro voo-teste foi feito pelo protótipo construído pela companhia francesa Aérospatiale, o Concorde-001. Após um mês, o segundo protótipo do modelo, feito pela britânica British Aircraft Corporation, também decolou. Ambos, não ultrapassaram a velocidade do som em seus primeiros voos.

Anos se passaram. E depois de muitos testes e demonstrações pelo mundo afora, no dia 21 de janeiro de 1976 o modelo Concorde fez seu primeiro voo com passageiros a bordo. Para celebrar o triunfo da parceria que atravessou o Canal da Mancha, dois Concordes decolaram, simultaneamente, de Londres para Bahrein e de Paris para o Rio de Janeiro.

Em homenagem aos 40 anos do voo que colocou o Concorde no Hall da Fama da aviação como a aeronave comercial mais rápida do mundo ocidental, confira 5 curiosidades sobre esse icônico avião.

Sem exportações

Nenhuma linha aérea que não fosse do eixo Inglaterra-França utilizou a aeronave. Apesar de várias companhias, como American Airlines e Lufthansa, terem demonstrado interesse em ter o Concorde em sua frota, durante todo o tempo que o modelo foi usado comercialmente, somente a britânica British Airways e a francesa Air France o operaram.

Ruído bem acima da altura do mar

O Concorde chegava a voar acima de 18.000 metros do nível do mar, tão alto que era possível ver a curvatura da terra e não sentir turbulências. E, apesar da altura que o avião alcançava, o ruído provocado era tão audível que alguns países, como Irlanda e EUA, pela alegação de “poluição sonora”, chegaram a proibir que o avião sobrevoasse seus territórios.

Rival Soviético

Apesar de o Concorde ser o último avião supersônico a fazer voos comerciais, ele não foi o único, nem o primeiro. Com a intenção de mostrar-se tecnologicamente superior aos países ocidentais, a União Soviética fez de tudo para serem os primeiros a ter um avião supersônico para transporte de passageiros. E conseguiu. A primeira vez que a aeronave comercial soviética, Tupolev Tu-144, atravessou a barreira do som foi em junho de 1969, enquanto o Concorde só conseguiu o feito meses depois, em outubro do mesmo ano.

O modelo franco-britânico também perde para o soviético no quesito velocidade: enquanto o Concorde conseguia alcançar 2179 km/h, o Tu-144 podia chegar a 2550 km/h.

O acidente que decretou o começo de um fim

Desde que o Concorde começou a fazer voos comerciais em 1976, mais de 24 anos se passaram sem que houvesse acidentes graves com seus passageiros. Entretanto, a história mudou em 25 de julho de 2000, após um modelo da Air France explodir no ar 5 minutos após decolar.

A causa do acidente foi creditada a uma peça de metal, que durante a decolagem, perfurou o pneu do trem de pouso da aeronave, causa que provocou o incêndio e, posteriormente, a explosão. Após o acidente que matou 113 pessoas, os Concordes passaram por modificações e voltaram a operar 15 meses depois. Mas não por muito tempo.

Por que não é mais possível voar de concorde?

Apesar de sua velocidade e conforto, o custo para que o Concorde fizesse voos transatlânticos era muito alto. Em 2000, sua passagem de Nova York a Paris (ida e volta) custava cerca de 9.000 dólares, 25% mais caro que fazer a mesma viagem na primeira classe em aviões convencionais. Por conta do atentado de 11 de setembro de 2001, houve queda na demanda por voos intercontinentais, que tornou a operação do Concorde inviável economicamente. No fim de maio de 2003 a Air France parou de operar o modelo e em outubro do mesmo ano, foi a vez de a British Airways encerrar o serviço.