Pintura, rede hidráulica e fiação. Tudo novo e trocado graças a doações feitas por comerciantes da Vila Valqueire, na zona oeste do Rio de Janeiro, para a Polícia Militar. Em dois meses, uma cabine policial que nunca era usada por falta de condições, voltou a ser ocupada pelos PMs. 

“Nove meses atrás tinha muito assalto aqui na região; [agora] já diminuiu bastante esse número”, afirma um comerciante. 

Diante da crise que atinge o Estado do rio e paralisa novos investimentos, moradores tem se mobilizado para fazer ‘vaquinhas’ e doações a delegacias e batalhões de polícia e, assim, melhorar o patrulhamento e tentar reduzir a violência nas regiões onde vivem. 

Na zona sul, por exemplo, cinco bicicletas foram doadas pelos moradores de Laranjeiras aos policiais, que passaram a patrulhar diariamente o bairro sobre duas rodas. “Além da diminuição [da criminalidade], existe também uma interação com as comunidades”, destaca Rafael Teixeira, capitão da PM. 

Muitas vezes, porém, a burocracia nem sempre facilita as doações dos moradores. Na delegacia de Campinho, na zona norte, onde faltava de papel sulfite a desinfetante, as doações quase não chegaram ao seu destino final. 

“A chefia de polícia não permitia [que as doações chegassem]. Nós entregamos lá no plantão; fizemos a nossa parte”, explicou outro comerciante. 

O mesmo grupo agora quer consertar viaturas da polícia que estão paradas, mas ainda precisam da aprovação do comando da corporação.

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