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Fuvest cancela prova em escola ocupada

25/11/2015 00:00

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O vestibular da Fuvest, usado como processo seletivo da Universidade de São Paulo, precisou mudar um dos seus locais de prova , devido às ocupações de escolas em São Paulo. Alunos que fariam a primeira fase do exame, no domingo, na Escola Conselheiro Crispiniano, em Guarulhos, na Região Metropolitana, serão direcionados para outra unidade.

Segundo a assessoria de imprensa da instituição, a aplicação do exame será transferida para o Prédio U da Universidade de Guarulhos. Os candidatos receberão a confirmação do local de prova por e-mail, SMS ou ligação telefônica.

A Fuvest tem 121 locais de prova, em que 10 são escolas públicas estaduais. Por enquanto, apenas a de Guarulhos está ocupada e, segundo a assessoria de imprensa, a instituição dispõe de outras opções para aplicar as provas, caso mais unidades sejam ocupadas.

O número de escolas ocupadas em São Paulo chegou a 151 na terça-feira, de acordo com a Secretaria Estadual da Educação. As ocupações ocorrem contra a reorganização escolar que levará ao fechamento de 93 unidades de ensino.

Mas, de acordo com o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), 163 unidades estão ocupadas.

Nas 151 unidades ocupadas, o Saresp (Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar de São Paulo), que mede o nível de aprendizado em linguagens e matemática em dois dias prova, foi cancelado.

Professores das melhores escolas na avaliação recebem um bônus em dinheiro de acordo com o resultado do Saresp. O valor não integra o salário-base e deixa de ser incorporado à aposentadoria e benefícios da carreira.

Mas professores, alunos e o sindicato são contra a aplicação da prova. “O bônus não tem uma série histórica, e os critérios não são objetivos", disse a presidente da Apeoesp, Maria Izabel de Azevedo . "Em alguns casos de professores nas mesmas condições, uns tiveram bônus e outros não”, acrescentou.

Panfletagem de alunos

Estudantes que participam dos movimentos de ocupação das escolas em São Paulo têm feito panfletagens e postagens nas redes sociais para convencer os colegas a boicotar as provas do Saresp. “É uma forma de o governo avaliar apenas por números como está a situação das escolas, daí vem investimento. Não é um teste pedagógico para nós alunos”, conta Luana Narde, 15 anos, estudante do 1º ano do ensino médio.

Luana e outros alunos ocupam a Escola Fernão Dias Paes, no bairro de Pinheiros. Eles têm se sustentado com a ajuda de doações de mantimentos de vizinhos e apoiadores, como Graça Cremon, dona de uma produtora de vídeos. Além de levar os alimentos para os alunos, Graça doa filmes e oferece aulas e oficinas culturais.

“Parece que o governo quer dar funcionalidade à educação. A pessoa que estuda na escola pública só pode ser funcionária. Ela nunca vai ser um criador, um filósofo do livre pensar. Eles querem um ensino técnico, eu sou contra. Sou a favor do ensino universalista: primeiro eu sei das coisas, depois eu escolho o que quero da minha vida”, disse Graça.

A Secretaria Estadual da Educação reiterou que os aspectos relacionados ao pagamento do bônus por resultado, que tem no Saresp elemento central para fins de cál