O dólar ampliou as perdas para cerca de 1,5% sobre o real nesta terça-feira, acompanhando o recuo da moeda norte-americana nos mercados externos em um dia de poucos negócios, que acabava amplificando os movimentos no mercado interno, mas os investidores mantinham a cautela por incertezas políticas e econômicas no Brasil.
Às 11h55, o dólar recuava 1,57%, a R$ 3,8395 na venda. Na máxima da sessão, foi a R$ 3,9432, após recuar mais 1% nas últimas duas sessões.
"Depois de uma abertura de cautela interna, o mercado se valeu do dólar mais fraco no mercado externo para vender divisas", disse o operador da corretora Spinelli José Carlos Amado. "O mercado está com pouco volume e isso ajuda no tamanho da queda".
O dólar vem recuando sobre moedas emergentes nos últimos dias diante de apostas de que o Federal Reserve, banco central norte-americano, só elevará os juros no ano que vem, devido a uma leva de indicadores econômicos fracos.
Nesta sessão, esta perspectiva foi reforçada por dados mostrando que as exportações de agosto dos Estados Unidos foram atingidas pela economia global enfraquecida e as importações da China cresceram, alimentando a maior expansão do déficit comercial norte-americano em cinco meses. A moeda norte-americana caía em relação a moedas como os pesos chileno e mexicano.
No entanto, a cautela ainda predominava sobre os negócios locais, antes de importantes eventos políticos. Está marcada para esta manhã a votação dos vetos presidenciais no Congresso que, se derrubados, dificultariam ainda mais o ajuste das contas públicas brasileiras. A expectativa nos mercados, no entanto, é de que sejam mantidos.
Os investidores também estão de olho no Tribunal de Contas da União, que manteve o julgamento das contas do Executivo de 2014 para quarta-feira, mesmo após o governo ter pedido o afastamento do relator do caso, ministro Augusto Nardes. A reprovação do balanço poderia abrir espaço para eventual processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.
"Internamente, o dia inspira cautela", escreveu o operador da corretora Correparti, em nota a clientes, Jefferson Luiz Rugik.
O Banco Central deu continuidade nesta manhã à rolagem dos swaps cambiais que vencem em novembro, vendendo a oferta total de até 10.275 contratos, equivalentes a venda futura de dólares. Até agora, a autoridade monetária já rolou US$ 2,046 bilhões (R$ 7,876 bilhões) ou cerca de 20% do lote total, que corresponde a US$ 10,278 bilhões (R$ 39,493 bilhões).
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