A CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) gastou mais de R$ 1 milhão com a troca de placas em parte das ruas e avenidas que tiveram a velocidade reduzida desde o início do ano. Segundo dados obtidos com exclusividade pela BandNews FM, a instalação de cada peça custou, em média, R$ 621 aos cofres da prefeitura de São Paulo.
No total, foram mais de 1.600 placas substituídas - e, em alguns casos, houve a necessidade da colocação de suporte, colunas e adesivos. Na Marginal do Tietê, o serviço foi feito pela empresa MENG, que cobrou R$ 441 mil para trocar 456 peças - ou seja, cada uma custou R$ 967. Na outra Marginal, do Pinheiros, a contratada foi a ARC, que recebeu R$ 263 mil para substituir 263 placas - média de R$ 1 mil cada uma.
A BandNews FM fez uma cotação em três empresas - que fornecem peças que atendem às regras do Departamento Nacional de Trânsito e da Associação Brasileira de Normas Técnicas e encontrou preços que variam entre R$ 85 e R$ 340, sem o custo do serviço.
Em uma das companhias, a vendedora - que conversou com o repórter Pablo Fernandez - afirmou que o valor é negociável e que o suporte é mais barato do que a placa. Na Avenida Aricanduva, a trocas das placas foi feita pela empresa Sinasc, que substituiu 241 peças por R$ 86 mil R$ 618 - média de R$ 359 cada uma.
O valor mais baixo foi gasto pela CET nas peças da Estrada de Itapecerica, onde cada uma custou R$ 234. O engenheiro especialista em trânsito e ex-ombudsman da CET, Luiz Célio Botura, afirmou que a sinalização vertical está boa, mas a prefeitura está esquecendo da sinalização de solo, com as faixas de pedestres.
Desde o início do ano, a Companhia reduziu a velocidade em mais de 50 vias da cidade de São Paulo. Em metade delas, a companhia afirmou ter feito a troca das placas com equipe própria e reaproveitamento de material.
Nos primeiros sete meses do ano, a CET gastou apenas R$ 176 mil reais com educação no trânsito - 0,03% do arrecadado com multas no período, situação que já havia sido revelada pela reportagem da BandNews FM. Até julho, a receita com as autuações ultrapassou R$ 500 milhões.
Em nota, a Companhia disse ser um equívoco fazer o cálculo do valor investido para a colocação da sinalização pela média de cada via. Segundo a empresa, o montante aplicado varia com a característica de cada trecho e, no valor, também - em alguns casos - estão incluídos outros equipamentos como suportes, postes e colunas.
Ainda de acordo com a nota, os materiais utilizados são contratados legalmente por meio de Ata de Registro de Preços.
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