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Governo acerta ao assumir déficit, mas erra com falta de rumo

01/09/2015 00:00

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Com a divulgação do Projeto de Lei do Orçamento Anual (PLOA), que prevê um déficit primário de R$ 30,5 bilhões em 2016, o governo acertou ao assumir os problemas do país e tentar dar mais transparência às contas públicas, mas errou ao não mostrar que caminhos pretende seguir para sanar as dificuldades. A análise é do professor Claudio Dedecca, da Unicamp.

“Foi certo, porque há esta discussão das pedaladas fiscais, das contas no TCU (Tribunal de Contas da União). Jogou claro, no sentido de dizer que a situação é essa”, explica o especialista.

O economista ressalta que os problemas fiscais do governo, que geraram a atual crise de confiança na administração do país, começaram a ficar bastante aparentes a partir do segundo semestre de 2012, quando o modelo de crescimento adotado até então mostrou sinais de esgotamento. “Em vez de criar novas iniciativas, o governo preferiu insistir”, analisa.

“A partir do segundo semestre de 2014, na época da Copa, a economia travou para valer. Foi sendo empurrada com a barriga até as eleições. Depois, o governo tomou uma iniciativa que não estava inscrita em seu programa, gerando descontentamento”.

Na opinião de Dedecca, o grande problema, continua a ser a falta de direção mostrada pelo governo da presidente Dilma Rousseff.

“Não está claro para onde vamos. Ao não explicitar isso, o governo abriu para o debate público sobre como lidar com o déficit, em vez de se tornar protagonista”, critica. “Na minha opinião, teria que dizer, por exemplo: vamos viver com isso por dois anos, e depois será de tal jeito. Mesmo que erre, o governo precisa ser claro.”

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