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Dólar ultrapassa R$ 3,30 e atinge maior valor em 12 anos

24/07/2015 00:00

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O dólar avançava acima de 3,30 reais nesta sexta-feira (24) e atingiu o maior nível em mais de 12 anos, ainda refletindo preocupações com os riscos ao grau de investimento brasileiro após os cortes nas metas fiscais do governo brasileiro.

Às 9h56, o dólar avançava 0,83%, a 3,3232 reais na venda. Na máxima da sessão, a moeda norte-americana atingiu 3,3411 reais, maior nível desde 1º de abril de 2003, quando foi a 3,3550 reais no intradia.

O governo reduziu a meta de superávit primário deste ano para 8,747 bilhões de reais, ou 0,15% do Produto Interno Bruto (PIB), contra 66,3 bilhões de reais (1,1% do PIB), previstos até então. Além disso, abriu a possibilidade de abater até 26,4 bilhões de reais que, no limite, pode até gerar novo déficit primário.

As metas para 2016 e 2017, por sua vez, caíram para o equivalente a 0,7 e 1,3 % do PIB, respectivamente. O objetivo anterior para cada um desses anos era de 2 % do PIB, percentual que agora só deverá ser alcançado em 2018.

"A drástica redução da meta para 2015, assim como o ajuste extremamente gradual esperado para os próximos anos, sublinha o esperado rebaixamento pela Moody's e pode também desencadear revisões por outras agências e a perda do grau de investimento", escreveram analistas do banco Brasil Plural em nota a clientes.

Nesse quadro, investidores aguardavam também novas pistas sobre como o Banco Central se posicionará em relação a suas intervenções no câmbio, levando em conta que o fortalecimento do dólar tende a aumentar a inflação já elevada.

Mais tarde, o BC dará continuidade à rolagem dos swaps cambiais que vencem em agosto, com oferta de até 6 mil contratos, equivalentes a venda futura de dólares.

Operadores aguardavam com ansiedade o anúncio da rolagem dos contratos que vencem em setembro e correspondem a 10,027 bilhões de dólares. Se o BC sinalizar que deve continuar rolando cerca de 70% dos contratos, como fez no mês passado, a tendência é que o dólar não volte a patamares mais baixos.

"Seria um sinal de que o BC está confortável com o dólar nesses níveis", explicou o operador de um importante banco internacional.

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