gplus
   

Com crise, governo tenta regularizar situação de haitianos

24/05/2015 00:00

Confira Também

Foram tantas reviravoltas essa semana na questão da vinda de imigrantes haitianos do Acre a São Paulo que, na última quinta-feira (22), o governo anunciou medidas para tentar legalizar a situação que teima a sair de controle, pois pouco tem sido feito para regularizar a vida desses refugiados no Brasil.

 

Desde 2010, mais de 40 mil entraram no país pela Amazônia e pelo menos 15 mil estão na ilegalidade. 

 

Para a coordenadora do curso de Relações Internacionais da FASM e consultora de programas da ONU para Refugiados (ACNUR), Rita do Val, o cenário é de desespero.

 

“O Brasil não está preparado, principalmente a cidade de São Paulo, para receber tantos imigrantes. Só para se ter uma ideia, uma das casas que mais recebem os refugiados, a Paróquia Nossa Senhora da Paz, está com lotação além de 180 imigrantes. Vemos que o país não se opõe a receber, mas também não encontra soluções para absorver essa população”, analisou ela, em conversa com o Portal da Band.

 

Um dos padres que cuida da chegada e acolhimento dos haitianos na paróquia, Paolo Parisi, confirmou a situação de lotação e calamidade na casa.

 

“Estamos atualmente com 240 imigrantes vivendo em um espaço para 110 pessoas”, declarou em entrevista ao Jornal da Band. “Desde outubro, acolhemos essas pessoas de maneira emergencial, mas falta uma política migratória nacional para orquestrar essas ações. Não é justo delegar a uma igreja um papel que é do Estado”, acrescentou.

 

Até este final de semana, mais ônibus com imigrantes haitianos chegaram a capital. Apesar de o governo federal ter decidido não enviar mais refugiados a São Paulo até que as medidas imigratórias sejam postas em prática, alguns veículos já estavam na estrada antes da suspensão.

 

Segundo o governo do Acre, desde o último domingo (17), 11 ônibus deixaram o estado com 46 haitianos como passageiros.

 

O enorme fluxo assustou o prefeito da cidade, Fernando Haddad, que criticou a falta de comunicação entre os governos.

 

 

O secretário de Direitos Humanos e Cidadania da cidade, Eduardo Suplicy, contou em conversa com a reportagem que a prefeitura tomou medidas emergenciais quando soube desta nova leva de refugiados.

 

“Não esperávamos um fluxo tão grande assim concentrada nesses dias como veio a acontecer”, reconheceu Suplicy, em entrevista ao Portal da Band. “A própria prefeitura enviou para a paróquia 200 cobertores, 130 refeições e já estamos vendo leitos em outros locais – duas escolas de freiras podem receber esses imigrantes em breve – caso haja a necessidade de