Os sete hotéis na Cracolândia, que fazem parte do programa De Braços Abertos, da prefeitura de São Paulo, estão irregulares e não poderiam estar funcionando.

O projeto, que entrou em vigor no início de 2014, é uma iniciativa da prefeitura para dar moradia, tratamento de saúde, alimentação e atividade ocupacional e capacitação profissional aos usuários de crack.

O Ministério Público investiga as condições dos estabelecimentos desde outubro do ano passado. Além disso, o MP apura o processo de escolha desses estabelecimentos, que foi feito sem licitação.

Os locais não têm o auto de vistoria do Corpo de Bombeiros, exigido desde 2011 e que comprova a existência de um plano de segurança, com dispositivos para evitar acidentes e incêndios.

A promotoria pediu uma série de mudanças e vai realizar uma nova vistoria nos próximos dias.

A reportagem da BandNews FM visitou dois desses estabelecimentos e constatou que os usuários de drogas acabam roubando itens de segurança, como luzes de emergência e extintores de incêndio, para vender e poder comprar crack.

Segundo o presidente do Conselho de Segurança da Cidade, unidade Santa Cecilia-Higienopolis, Fabio Fortes, faltam condições mínimas de segurança. Além disso, ele denuncia que crianças e adultos ficam amontoados nos quartos.

O especialista em segurança contra incêndios Sergio Ceccarelli ressalta que o risco é iminente e que todas as esferas de governo têm uma parcela de culpa.

Segundo a prefeitura de São Paulo, um hotel foi descredenciado no ano passado porque descumpria o contrato, mas a administração municipal nega que a medida tenha relação com a ação do Ministério Público.

A prefeitura explica ainda que a parte operacional do programa De Braços Abertos é terceirizada e, portanto, quem cuida dos convênios são ONGs. No início do processo a organização responsável era a Brasil Gigante que, de acordo com a prefeitura, foi descredenciada por não ter realizado um trabalho satisfatório. 

Procurada, a Brasil Gigante não se manifestou.

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