Strippers animam funerais na China e em Taiwan Taiwaneses acreditam que a presença delas ajuda a espantar maus espíritos. Chineses as usam para atrair pessoas gplus
   

Strippers animam funerais na China e em Taiwan

Taiwaneses acreditam que a presença delas ajuda a espantar maus espíritos. Chineses as usam para atrair pessoas

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Em nossa cultura, a morte é sempre um momento difícil. Nos velórios, o preto é um traje quase obrigatório e os óculos escuros servem como ferramenta para ocultar a dor e a tristeza do momento. 

Nem todo mundo vê a morte do mesmo jeito. Uma das festas mais tradicionais do México ocorre justamente no Dia dos Mortos e, na África do Sul, os familiares e amigos do recém-falecido organizam uma festa, que pode durar dias. Já em algumas regiões da China e  Taiwan, quando uma pessoa morre, algumas celebrações fúnebres são marcadas por uma presença, digamos, exótica.

Nesses países, strippers profissionais são contratadas para dançar durante os funerais, mas, por razões diferentes. Enquanto os taiwaneses acreditam que essa prática ajuda a espantar os maus espíritos, na China se faz isso para celebrar a vida e, principalmente, atrair pessoas aos funerais. Segundo a crença local, quanto mais pessoas estiverem no funeral, mais honra possui o falecido. 

Como já é de se esperar, os funerais que contam com a presença das strippers são festivos. Cheio de pessoas empolgadas, as garotas dançam sensualmente ao som de músicas animadas, jogo de luzes e até máquinas de fumaça. As strippers costumam dançar próximas ao morto, porém elas também dão atenção aos outros presentes. Apesar de essas mulheres tirarem a roupa no palco, familiares, incluindo mulheres e crianças, são livres para irem a esses funerais.

A ideia de contratar strippers fúnebres percorre décadas. Essa prática começou a ganhar notoriedade nos anos 80, quando os Eletronic Flowers Cars (uma espécie de trio elétrico equipado com barras de pole-dance) invadiram as ruas das pequenas cidades taiwanesas carregando strippers em procissões fúnebres.

Apesar de esse ritual já ser visto como parte da cultura de alguns lugares da China, como nas províncias de Hebei e Jiangsu, o governo chinês parece não gostar da ideia de contratar strippers para animar os funerais. No ano passado o Ministério da Cultura da China emitiu uma nota que dizia que esse tipo de ato era uma “ação incivilizada” e que essas strippers denegriam o “valor cultural da indústria do entretenimento”.

Apesar de sediar uma das maiores capitais da prostituição, Dongguan, qualquer forma de pornografia (online, inclusive) é proibida na China.

Em tempo: até hoje nenhuma stripper conseguiu, como se diz por aí, levantar o morto. 

 


Guilherme de Souza Guilherme