5 Mitos sobre a Aurora Boreal Brasileiro desvenda as dúvidas mais comuns entre caçadores do fenômeno natural e dá dicas para não perder a viagem gplus
   

5 Mitos sobre a Aurora Boreal

Brasileiro desvenda as dúvidas mais comuns entre caçadores do fenômeno natural e dá dicas para não perder a viagem

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Depois de ouvir de um amigo sobre as “luzes verdes do norte” enquanto estava nos Estados Unidos, um comerciante curitibano de 43 voltou para casa decidido a ir para o Alasca só pra assistir a Aurora Boreal passar. “É uma emoção impressionante. Fiz 15 expedições e já vi mais de 100 noites. Cada uma é completamente diferente da outra”, conta Marco Aurélio Brotto, o caçador de Auroras Boreais brasileiro. “O assunto Aurora Boreal é relativamente novo para grande maioria dos brasileiros, em razão disso muitos relatos ou dicas estão pautados em experiências únicas ou informações desencontradas”, garante o aventureiro.

É verdade. Mesmo iluminando nossas vidas todos os dias, o Sol é um dos grandes mistérios do universo. Seu fluxo contínuo de plasma extremamente quente (milhões de graus celsius) é atraído pelo campo magnético da Terra: as partículas se chocam com a alta atmosfera, gerando um brilho forte, em geral de tom esverdeado.  Por causa da maior intensidade da força magnética, dá pra ver melhor as luzes da Aurora Boreal nos polos do planeta, em especial no Alasca, Canadá, Noruega e  Finlândia. Galileu Galilei batizou o fenômeno em homenagem à deusa romana do amanhecer, Aurora e a Bóreas, deus grego dos ventos fortes.

E você, também gostaria de ver as luzes do norte e não sabe por onde começar? “Sempre digo que o melhor é estar com alguém apto a te auxiliar, experiente e responsável”, recomenda Brotto. Confira a seguir os cinco mitos sobre as Auroras Boreais derrubados pelo o caçador. 

1) Aurora Boreal só acontece no inverno.
Mentira. Teoricamente, a Aurora Boreal acontece todos os dias.  Precisa estar escuro para que você possa ver a Aurora Boreal. Durante os meses de verão, os dias ficam mais longos e as noites mais curtas até que, no Solstício de Verão, no hemisfério Norte, temos dias tão longos que o Sol nem se põe (nas regiões do Circulo Polar Ártico há o Sol da Meia Noite). Em virtude disso, é impossível ver uma Aurora Boreal, já que a luz solar é mais forte que o brilho das partículas ionizadas. É por esse mesmo motivo que não vemos Auroras durante o dia.

Porém, nas latitudes mais baixas e com atividades solares altas, podemos ver a Aurora Boreal no verão, o que ocorreu agora em 2015. Várias atividades fortes foram observadas, e mesmo no verão Auroras Boreais puderam ser vistas nas regiões centrais dos Estados Unidos, com latitudes a 45 N e em partes do território canadense, em que se tem latitudes por volta de 50N. Algumas variações nesses números ocorrem em razão da deformação oval da Aurora Boreal. O fenômeno também ocorre durante o verão: o que as pessoas confundem é que durante o inverno, em razão da maior parte do dia estar escuro, é possível visualizar por um período de tempo maior.

2) Você tem que passar muito frio para ver a Aurora Boreal.
Falso. As duas regiões mais procuradas para caçar Aurora Boreal são Alasca e Noruega, onde se tem temperaturas muito agradáveis em setembro, se tratando de Circulo Polar Ártico. Conforme os meses vão passando, o frio chega de maneira agressiva, enquanto nos meses de outubro até fevereiro as temperaturas podem ser muito baixas no Ártico. Além disso, os meses de outubro e novembro tem, estatisticamente, mais dias de precipitações, o que atrapalha muito a visualização das Auroras.

Quanto mais escuro e frio, o contraste da Aurora Boreal com o céu será maior, pois estará mais limpo e mais nítido. Temperaturas abaixo de zero, céu claro e limpo deixam a visibilidade da Aurora mais interessante, e o espetáculo pode ser mais impactante. Além de tudo isso, outros detalhes técnicos deverão ser observados para ver uma Aurora Boreal. A sensibilidade ao frio é diferente de pessoa para pessoa, a variação de temperatura é muito grande então é importante estar bem preparado. Segurança e conforto são fundamentais.

3) Ao chegar ao local, basta olhar para o céu para ver Aurora Boreal.
Não é verdade. Algumas pessoas têm a sorte de chegar até alguma localidade e sem nenhum esforço ver a Aurora Boreal. Entretanto, a grande maioria das vezes é necessário deslocamentos: é preciso fugir das luzes artificiais, encontrar lugares mais escuros e longe da poluição. É por essa razão disso que em algumas grandes cidades o fenômeno ocorre mas as pessoas não conseguem ver. 

Para ver fotos e saber mais sobre o fenômeno, acesse o blog do Marco.

4) Todas as auroras são verdes, vermelhas, rosas e muito coloridas.
Mito. Se você espera ver o céu Ártico totalmente colorido e com cores ultra brilhantes, você está enganado. Aurora vai muito além de um show de neons. Para fotografá-la sem ter que usar muita edição o melhor é tomar cuidado com o ruído e com o foco. Mas é claro que cada fotógrafo tem sua maneira e técnica de registrar, não existe certo ou errado. A Aurora Boreal é um espetáculo lindo, emocionante, inesquecível, incomparável e  viciante. Você vai querer voltar para sentir as Northern Lights outras vezes. Uma das coisas que impressionam é a velocidade com que as luzes do norte ‘dançam’no céu: a movimentação das cortinas é tão intensa que os olhos ficam buscando incessantemente as cores no céu. Cada uma delas é resultado da explosão do plasma solar com determinados elementos da atmosfera. Como as reações também têm velocidades diferentes, as cores avermelhadas das Auroras ficam normalmente acima das verdes, o que as tornam mais difíceis de serem vistas. 

5) A Aurora Boreal é igual em todo lugar.
Sim e não. Teoricamente a Aurora Austral e Boreal são irmãs gêmeas por que estão recebendo a mesma quantidade de plasma solar, certo? Sim, porém variações como o grau de contato, ângulo com relação ao campo magnético e outras variantes influenciam no formato da Aurora Boreal. Com relação a ser mais forte ou menos forte, o país em que você está não determina essa diferença já que a Aurora que você está vendo na Noruega é exatamente a mesma que você esta vendo na Rússia, na Islândia e assim por diante. A diferença é que com o passar das horas ela se movimenta e vai deixando uma região e partindo pra outra e em determinado momento desaparece ou recomeça. O desenho da Aurora depende da distância entre o ponto que ela esta em 90 graus com a Terra e o local de observação. Por isso às vezes vemos ela sobre a cabeça, outras no horizonte. As Auroras Boreais acontecem a uma distancia de 100 km da Terra em média.


Danilo Barba