Negou fogo, acabou a vida A cruel realidade da associação do homem com o sexo. O cara que broxa está com os dias contados se a notícia se espalhar gplus
   

Negou fogo, acabou a vida

A cruel realidade da associação do homem com o sexo. O cara que broxa está com os dias contados se a notícia se espalhar

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Por Denise Molinaro


Ontem você era viril, hoje você é um fracassado.

Meu Deus do céu, o mundo é cruel! Mataram os chargistas, mas também mataram a honra masculina com a mesma insanidade.

O Viagra era falso. Ou você achou que nunca precisaria dele? De agora pra frente, ele vai te acompanhar como se fosse o Trident que você carrega no bolso da calça jeans na balada.

Medo. Pavor. Sensação de indignidade. Você é um cara capado!

Engraçado como a sociedade associa o homem com o sexo. O cara que não dá no couro ou é gay ou é broxa. Acabou, não temos espaço para o meio termo.

E tem mais, pare de zuar seu amigo, porque se Deus te permitir, você chegará aos 60 anos e a energia pode acabar na hora H.  

Essa epidemia social que o órgão fálico masculino é invencível é algo tão absurdo quanto impossível. Na medicina nunca se viu um caso de um homem que nasceu, cresceu e morreu sem broxar. 

Se eu fosse homem, escreveria para ontem um texto sobre: eu broxei, me deixem em paz! Mas ainda não habita este planeta um cara com esta coragem, de “dar o pau a tapa”.

Broxar é uma ofensa para o cromossomo Y. Poderia arriscar que o cara prefere ser corno a não funcionar um dia qualquer. E assim: vai acontecer, tente se preparar para aceitar que você é apenas NORMAL. 

O broxa é fraco. Ficou mole e sua sexualidade foi colocada na berlinda. 

O machismo fez isso com vocês, essa coisa retardada de ser insaciável. Estamos em 2015 e se o cara negar fogo ele é viado, principalmente se a mulher for bonita. O mundo fez os homens se sentirem diminuídos e inseguros quando cruzam uma deusa e não sentem tesão por ela. Ser homem está ligado a SER OBRIGADO A COMER AQUELAS QUE TODOS CONSIDERAM DEUSAS.

Vocês têm o ônus, o compromisso, a responsabilidade de enfiar o pênis até no buraco da fechadura. Pasmo quando escuto coisas desse tipo.

Ah, e também tem que dar no couro com fôlego de maratonista, porque se passar menos de meia hora sem tirar não é macho o suficiente.

Onde foi que vocês aprenderam que para saciar uma mulher é preciso transar de 30 a 60 minutos com a potência de uma britadeira da Caterpillar?

Este protótipo da virilidade não é humano. Que tal quebrar o paradigma?

Dia desses, numa mesa de bar, uma amiga conta que terminou o casamento de 15 anos e outra pergunta: ele não dava mais no couro?

Inflexível foi minha paciência para esta observação cretina e inadequada num momento de dor que é a quebra de uma história com laços que ultrapassam uma década. Será que algum ser humano acha que alguém chega a 15 anos de casamento transando com a vivacidade dos 15 anos de idade?

Oremos. 

Existe uma ideia alienada que associa o homem diretamente com o sexo que ele faz. O cara que não transa com a força que Stallone socava seus adversários em Rock Balboa é tido como incapaz.

Piedade.

Talvez seja por isso que temos por aí uma cambada de cidadãos que sentem orgulho em se comportar como grandes comedores. Atuam na vida corporativa e na vida social propagando seus deleites sexuais.

Por favor, não me corem as bochechas.

Um recado: bom comedor come quieto, porque quem come quieto come sempre. E quem não se gaba pode fracassar, até porque, não existe nada mais humano quer dar errado. Welcome!