Há cerca de alguns meses, quando foi anunciado pela Fifa que o VAR - árbitro assistente de vídeo - seria utilizado na Copa do Mundo da Rússia, diversas opiniões surgiram ao redor do tema. De um lado, os amantes do futebol que não consideravam benéfico para o esporte a implementação dessa tecnologia, de outro, os que desejavam maior "justiça" aos lances polêmicos inerentes do futebol.
Durante o mundial, quando o saldo do assistente de vídeo se mostrou positivo, outros questionamentos sobre o uso da tecnologia no esporte bretão vieram à tona. Das mais tímidas às mais ousadas, as propostas de mudanças puderam ser ouvidas nas rodas de amigos, nas conversas de bar, e até em alguns programas esportivos.
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Alterações em desportos não são novidades apenas dos dias atuais. O vôlei já sofreu substituições de regras, interferências no jogo, implementação da tecnologia, entre outras mudanças. No basquete, já houve mutações até no tempo de jogo, inclusive.
O próprio futebol, praticado como conhecemos atualmente, já difere e muito do que fora previsto inicialmente pela Football Association - mais antiga associação de futebol do mundo. A regra do impedimento, por exemplo, já passou por mudanças ao longo de sua história. O número de substituições de jogadores, também já mudou.
E após o VAR, mais alguma coisa deve ser colocada ou retirada das regras do jogo?
Há quem diga que sim, há quem diga que não. O que não faltam são discussões e sugestões de mudanças.
GOLS FORA DE CASA
O critério do gol marcado fora de casa como fator de desempate em um placar agregado é uma das coisas mais polêmicas quando o assunto é mudança. Os defensores afirmam que "fazer gols no campo adversário é mais difícil", portanto, a regra é válida para desempatar. Outros, por sua vez, não enxergam lógica em uma equipe se classificar com 1 a 1 no placar somado (0x0 e 1x1 fora de casa) e desejam o fim da norma. Alguns campeonatos, como a Copa do Brasil, não consideram o critério, se classifica a equipe que somar mais gols em dois confrontos.
MINUTOS DE ACRÉSCIMO
No futsal, o cronômetro para quando a bola "sai de jogo". No futebol de campo, a contagem do tempo regulamentar vai até 45 minutos, mais o acrescido dado pelo árbitro - o quanto ele acha que a partida ficou paralisada. Algumas pessoas querem, no entanto, que a contagem seja feita como no futsal, já que, de acordo com o argumento dos defensores, os acréscimos dão margem à subjetividade do juiz principal de campo.
RECUO PARA O GOLEIRO
Quando há recuo de uma bola para o arqueiro feito por um jogador de sua equipe e ele a pega com as mãos, é marcado "tiro livre indireto". Há defensores da tese de que o juiz deve marcar pênalti, ou então permitir que a cobrança da falta seja feita de forma direta - sem necessidade de um primeiro toque como aval para o disparo.
REGRA DOS 6 SEGUNDOS
A regra diz que um goleiro não pode ficar mais do que seis segundos com a posse da bola em mãos; a intenção é agilizar e dar fluidez à partida. A norma, porém, está longe de ser uma das cumpridas com maior rigor pela arbitragem mundial, o que enfurece alguns torcedores mais puristas. De acordo com eles, a regra deve ser mais efetiva, e isso é possível através de uma contagem exata do tempo em que o goleiro carrega a pelota em mãos.
COBRANÇA DE LATERAL DIFERENTE
Após algumas pessoas levantarem o debate para que fosse permitido cobrar o tiro lateral com os pés, outras também questionaram uma possibilidade de mudança na reposição da bola em jogo, mas ainda assim a ser realizada com as mãos. A diferença da reivindicação para o movimento atual, é que alguns defendem que seja permitido ao jogador cobrar o lateral para si mesmo, visando dar celeridade ao andamento da partida.
PÊNALTI SEM REBOTE
Alguns fãs do futebol argumentam que não deve ser permitido o rebote em cobranças de pênalti durante o tempo regulamentar. Defendem que, assim como acontece nas penalidades de desempate ao fim de algumas partidas, o segundo chute do jogador de linha não deve existir. A intenção, de acordo com quem argumenta, é evitar a invasão da área pelos outros jogadores - algo muito comum.
TEMPO DE JOGO
De 90 minutos para 60; algumas pessoas defendem que a duração de uma partida caia meia hora. O jogo seria dividido em dois tempos de trinta, e não haveria nenhum acréscimo; o cronômetro iria parar sempre que a bola saísse de disputa - inclusive nas substituições e cobranças de penalidades.
AUMENTO DAS TROCAS
Devido ao aumento da intensidade das partidas disputadas e da exigência física que o futebol atualmente requer, muitas pessoas pedem o aumento no número de substituições durante os noventa minutos em todos os campeonatos. Na Copa da Rússia, já foi permitido fazer uma quarta mudança de jogador, mas apenas durante a prorrogação - a partir das oitavas de final, portanto. Na Copa São Paulo de Futebol Júnior, a tradicional Copinha, é possível que os técnicos realizem até seis mudanças, mas em apenas três atos.
E você, concorda com a necessidade de alguma mudança nas regras do futebol?
Sobre Rudiney Freitas
Apaixonado por livros, esportes, cinema, música, a vida e seus passageiros. No mundo do jornalismo porque gosta de se comunicar, até por sinal de fumaça.
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