O Bordel da Poesia Conheça o projeto The Poetry Brothel, em Nova York, que mistura poesia e arte com o universo dos bordéis do século 19 gplus
   

O Bordel da Poesia

Conheça o projeto The Poetry Brothel, em Nova York, que mistura poesia e arte com o universo dos bordéis do século 19

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“Uma experiência de imersão única, que leva a poesia das salas de leitura para o interior de luxúria de um bordel”. Essa é a proposta do The Poetry Brothel, de Nova York. Idealizada em 2007 por poetas, artistas e designers da Big Apple, com apoio da Sociedade de Poesia da cidade, a organização tem a missão de apresentar poesia de um jeito bem particular. 

Em ambiente inspirado nos salões de Paris e New Orleans do final do século 19, cortesãs devidamente caracterizadas realizam sessões de leituras de poesia, em público ou em particular. Para participar dos eventos, há cobrança de US$ 15, em média, com direito a um drink. No entanto, as cortesãs e também os homens que leem os poemas podem exigir mais dinheiro em troca das leituras individuais!

Aliás, a brincadeira tem uma transação financeira, como acontecia nos bordéis do passado. Homens e mulheres expõem sua intimidade e interpretam papéis em troca de dinheiro. Um dos objetivos do projeto é abrir espaço para novos talentos, que normalmente não têm vez dentro do sistema de produção artística atual. O Poetry Brothel também oferece eventos e festas totalmente customizadas.

Normalmente, há um evento por mês, em locais diferentes de Nova York. Tudo é comandado pela Madame, nome artístico de Stephanie Berger, que iniciou o projeto. Além das leituras coletivas, há também música ao vivo, pinturas, contadores de histórias, performances, instalações e grupos fechados de poesia.  Durante as festas, é possível “sequestrar” as cortesãs para leituras íntimas! Em cada sessão, há um poeta estreante, que realiza um show especial naquela noite.

“Comecei o projeto com Nicholas Adamski há quatro anos. No começo, era uma coisa pequena, alguns eventos. Depois, cresceu e resolvemos abrir uma empresa para organizar o dinheiro e tudo. Assim, nasceu The Poetry Brothel”, conta Stephanie ao AreaH. “Ah, e estamos procurando um lugar fixo para os eventos e para usar como escritório. Se você tiver um espaço e quiser doar para a comunidade de poesia de Nova York, me avise!”, brinca.

Formada em filosofia e cinema na University of Southern California, em Los Angeles, ela é professora, tutora e diretora-executiva da Poetry Society of New York. Stephanie conta que o interesse pelas artes talvez tenha aparecido pelos pais, ambos sociólogos, mas também pela infância em Paris. Ela cresceu em San Diego, na Califórnia. Diz que gosta de animais e suas bebidas preferidas são absinto e vinho.

Hoje, o Poetry Brothel conta com mais de 20 poetas fixos, todos com nome artístico e caracterização única. Fora a Madame e Tennessee Pink (Nicholas Adamski), há, por exemplo, “The Butler” (O mordomo), descrito como “autoconfiante, de humor variável, de grande habilidade manual”. Ou “The Professor” (A professora universitária), inspirada em Edgar Allan Poe, Gertrude Stein e Tom Waits, entre outros artistas. “Ela te quer. Agora.” Assim começa a descrição da personagem! Veja todos aqui.

“Todos os poetas escrevem os próprios poemas. É um dos critérios para seleção. Eles também criam o próprio personagem e escrevem a biografia. A escolha dos novos membros é feita com base na combinação de boa poesia, estilo e habilidades performáticas. O mais importante é que a pessoa seja um bom poeta”, ressalta Stephanie.

O projeto também abre espaços para novos poetas. Para se candidatar, basta enviar cinco páginas de poesia, seu personagem, com biografia, e uma foto. O Poetry Brothel também procura pessoas dispostas a trabalhar com o projeto de modo fixo, tanto no processo criativo quanto no planejamento dos eventos, na parte administrativa e de negócios. Por fim, para quem quiser colaborar com outras formas de arte, como música e pintura, além de design, também pode participar. Saiba mais aqui.

O sucesso do Poetry Brothel ultrapassou as fronteiras de Nova York. Hoje, existem filiais pelos Estados Unidos (Chicago e Los Angeles) e pelo mundo afora, como em Barcelona. Há iniciativas para outros lugares, como New Orleans, San Francisco e até Caracas, na Venezuela! Veja aqui como abrir uma sucursal. Quem sabe, você não cria uma no Brasil?

Apesar de bem-sucedido, o projeto depende também de grana para existir. Para realizar os eventos, o Poetry Brothel conta com a ajuda da Sociedade de Poesia de Nova York, como já mencionado. Tem também o apoio da Fractured Atlas, uma organização artística sem fins lucrativos. É possível fazer doações em nome da organização, com dedução de impostos, por meio do site ou pelo correio. Saiba como ajudar aqui.

Ah, e se você mora em Nova York ou está de passagem por Manhattan, saiba que o próximo evento do Poetry Brothel acontece no dia 12 de fevereiro. Bordel com poesia. É ou não é um programa exótico para se fazer?

MAIS SOBRE O POETRY BROTHEL

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