Júnior Cigano, Jon Jones, José Aldo, Ben Henderson. Além de serem os atuais donos dos cinturões de suas respectivas categorias no UFC, estes lutadores de MMA têm outra coisa em comum: as orelhas de “couve-flor”. E apesar de que para muitos destes lutadores esta deformação é um sinônimo de força e orgulho, há quem se pergunte sobre o motivo de elas aparecerem com tanta frequência neste esporte, diferentemente de outros que envolvem lutas, tais como o boxe e o judô.
"Isto acontece basicamente devido aos traumatismos repetidos no local. Devido ao trauma e dependendo de sua intensidade e frequência, surgem sangramentos (hematomas) que se não forem imediatamente drenados de forma adequada evoluem para áreas de cicatrização e fibrose. Além disso, o próprio trauma causa lesões e fraturas nas cartilagem contribuindo para sua deformidade", aponta o cirurgião plástico Ruben Penteado, membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, diretor do Centro de Medicina Integrada em São Paulo.
Como surgem as bolotas
Traumatismos estes que surgem muito em função das constantes quedas, socos, mas principalmente pelo excessivo contato das orelhas destes lutadores com o tatame. O simples uso de protetores específicos para as orelhas evita quase 100% dos casos, mas não são todos os lutadores que se acostumam com ele. "Se houver o trauma, seguido de dor e inchaço no local, procurar imediatamente um profissional adequado para a retirada deste hematoma. Uma drenagem adequada pode impedir futuras deformidades", aponta Ruben.
Consertando o estrago
Ao contrário do que se imagina, mesmo depois de as bolotas estarem cravadas nas orelhas, é possível corrigir o problema. "Quando estabelecidas, estas alterações poderão ser tratadas com técnicas que tentam "esculpir" estas cartilagens deformadas buscando sua forma original. O sucesso vai depender da gravidade e do tempo entre o trauma e o tratamento. Quanto mais tardio o tratamento, mais difícil a correção".
Quanto a qualidade do resultado desta pequena intervenção cirúrgica e seu preço varia entre os médicos e a gravidade dos casos, uma vez que o processo exige do cirurgião um grande conhecimento e destreza para fazer a orelha voltar a ser semelhante ao que era antes. Em relação a possíveis complicações à saúde, estas deformidades podem gerar a perda parcial ou até mesmo total do pavilhão auricular por necroses ou infecções no local. De resto, a famosa orelha de couve-flor não costuma trazer problemas.
Então, se você está pensando em treinar para ser uma futura fera do MMA ou do jiu-jitsu, agora já sabe que não é impossível manter suas orelhas como elas são - e mesmo que já tenha passado do ponto, é possível reverter este quadro.
