Futebol feminino, bola cheia pra elas O futebol feminino brasileiro ocupa o 3º lugar no ranking de medalhas olímpicas, enquanto o masculino amarga a 19ª colocação gplus
   

Futebol feminino, bola cheia pra elas

O futebol feminino brasileiro ocupa o 3º lugar no ranking de medalhas olímpicas, enquanto o masculino amarga a 19ª colocação

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Não houve um macho por aqui – Romários, Ronaldos ou Rivaldos – com a manha de levantar por 6 vezes o troféu da FIFA de melhor jogador do mundo. Foi uma mina, a alagoana Marta Vieira da Silva, camisa 10 da seleção, que alcançou o feito e o fez muito antes de chegar aos 30 anos – hoje, ela tem 29. Sendo assim, é impressionante se dar conta que o nosso futebol feminino responsável por duas medalhas de prata olímpicas (2004 e 2008) nas cinco edições em que esteve no cronograma dos Jogos, seja a modalidade mais abandonada no Brasil.

Muitas atletas não têm instrução, sofreram preconceito dentro do próprio lar por serem praticantes de futebol, já que, afinal de contas, “isso é coisa para homem, certo?” CBF, COB, na real, escanteiam a modalidade. Entre junho e julho próximos, porém, acontecerá, no Canadá, a Copa do Mundo de Futebol Feminino – quem sabe, a chance de a gente voltar a sorrir com o futebol após o atropelo que os marmanjos levaram no Mundial do ano passado. Um mês antes do pontapé inicial, será lançado no Brasil o álbum de figurinha da competição, um clássico que, agora, também vai dar mais visibilidade às mulheres, que merecem ser cultuadas. São, independentemente de medalhas, títulos, troféus, heroínas por praticarem uma atividade desdenhada pelo tal do país do futebol. Abaixo, listamos dez motivos para incentivarmos o futebol feminino.

1) Porque temos Marta, eleita a melhor jogadora do mundo por 6 vezes.

2) Jogar por amor à camisa só se aplica, hoje, no futebol feminino. No Brasil, a modalidade das atletas não convive com cifras vultosas. E as jogadoras entregam corpo e alma em campo.

3) É ano de Copa do Mundo Feminino, no Canadá, torneio ainda não vencido pelo Brasil.

4) Em maio, o Museu do Futebol irá abrir um espaço dedicado às mulheres, que terão suas trajetórias, lutas e glórias contadas.

5) O futsal feminino brasileiro foi campeão mundial, em 2014. A equipe quase não participou do torneio, realizado na Costa Rita, por falta de verba para alimentação, viagem e hospedagem. A mineira Vanessa Cristina Pereira, a Vanessinha, já foi eleita três vezes como melhor jogadora pela FIFA – fato pouco divulgada.

6) Emilly Lima, atualmente no comando do São José, foi a 1ª mulher a treinar uma equipe feminina na CBF, ao conduzir as categorias sub 15 e sub 17 até o começo do ano.

7) A ex-jogadora Aline Pellegrino, que foi prata na Olimpíada de Atenas, em 2004, agora é representante do futebol feminino no Bom Senso F. C.

8) Pela primeira vez na história, uma mulher concorreu ao prêmio Puskas, que elege o gol mais bonito da temporada durante a premiação da Bola de Ouro. Este ano, Stephanie Roche, jogadora irlandesa de 25 anos, ficou em segundo lugar, atrás de Jamez Rodrigues, do Real Madrid desbancando Van Persie.

9) A FIFA repassou US$ 100 mil para o investimento no futebol feminino em 15 estados brasileiros que não receberam um jogo da Copa do Mundo, em 2014. O fundo deve ser usado para o desenvolvimento do futebol de base, aquisição e construção de infraestrutura do futebol feminino, entre outros.

10) Mulheres em campo e também na arquibancada inibem a violência que é praticada quase na totalidade por torcedores do sexo masculino. Mulher não briga no estádio, pelo contrário, incentiva e transmite uma imagem de “mais festa, menos guerra”. Ela desperta o interesse da mídia especializada, de patrocinadores e favorece o aumento da massa, recrutando novos torcedores, como por exemplo, as crianças.


Rodrigo Cardoso