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Antidoping para surfista?

Associação de Surfistas Profissionais adota política antidoping para melhorar imagem do surfe como esporte profissional

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Quando o assunto é surfe, automaticamente ligamos a imagem dos praticantes à vida saudável, então é de se esperar que estranhemos quando ouvimos falar em antidoping para surfista. Pois bem, com o intuito de intensificar a visão das pessoas do surfe como esporte profissional, a Associação de Surfistas Profissionais adotou uma política antidoping que já está valendo para o Circuito Mundial 2012, que começou em 25 de fevereiro, em Gold Coast na Austrália.

Apesar da prática de testes antidoping já existir em alguns eventos e países individualmente (em 2005, Neco Padaratz foi o primeiro surfista a ser suspenso depois de ser pego num teste na etapa francesa do circuito), é a primeira vez que a ASP ativa essa medida, mais pela imagem profissional do surfe do que como uma reação ao comportamento dos atletas. A associação garante que existe um apoio total de atletas e eventos e foi o que pudemos confirmar conversando com Carlos Burle e Felipe “Gordo” Cesarano.

Mas, apesar de achar a medida um bom passo do esporte a caminho das Olimpíadas, Cesarano diz que não gostaria de ver o surfe assim, perdendo sua essência.

A ASP adotou a lista de substâncias proibidas da Associação Mundial Antidoping (WADA, sigla em inglês), que são usadas para melhorar a performance dos atletas. No caso de um resultado positivo para uma dessas drogas, a pena é a suspensão de pelo menos um ano do atleta do Circuito e a perda de todos os pontos conseguidos.

Mas algumas drogas caem na categoria substâncias recreativas, como é o caso do álcool e da maconha. A pena é mais leve para quem é pego no teste nesses casos, mas a política antidoping da ASP tem uma three-strike rule, ou seja, três ofensas e você está fora. 

Kelly Slater comentou na abertura do Circuito Mundial 2012 que não achava que as substâncias que alteram o desempenho se aplicam a surfistas, já que o surfe não é baseado em força e velocidade, mas em decisões e habilidade. Gordo compartilha a visão do americano, não vendo necessidade do uso dessas substâncias no esporte que pratica.

Quando o assunto são as substâncias recreativas, surge a polêmica entorno da maconha. Cesarano faz graça, dizendo que metade do tour será banido. E Slater não duvida que alguém seja pego no teste por fazer uso da droga, o que garante que vai ser chato e constrangedor para o atleta. Mas a política da ASP é de não-exposição dos atletas que forem pegos nos teste.

Carlos Burle fala mais sério sobre o assunto: “Gostaria de ser simpático com a maconha por achar que realmente é uma droga leve e que na maioria dos casos não deixar ninguém fora de controle, como acontece com o álcool. Mas sinceramente, para mim não existe no meio profissional. O antidoping agrega valores positivos a qualquer esporte. Se você tem um patrocínio, corre um circuito mundial de uma entidade profissional e tiver dom da sabedoria, o mínimo que tem que fazer é seguir as regras!”