A importância de ter “culhão” Campanha da Kaiser propõe a discussão sobre o novo posicionamento dos homens no mundo com a questão do "ter culhão" gplus
   

A importância de ter “culhão”

Campanha da Kaiser propõe a discussão sobre o novo posicionamento dos homens no mundo com a questão do "ter culhão"

Confira Também

O mundo tem se tornado um lugar estranho para nós homens. Em um passado não muito distante nós sabíamos exatamente onde nos encaixar, contudo, as coisas mudaram rápido demais, e para alguns homens o futuro parece ser algo extremamente nebuloso. 

Acredito que o processo evolutivo deva funcionar desta maneira mesmo, tirando-nos de nossas zonas de conforto, abrindo nossos olhos para o mundo ao redor e preparando-nos para encarar o novo. Hoje o homem não é mais a figura central da qual desfrutava há poucas décadas atrás, todos os conceitos mudaram - mesmo que lentamente -, estamos nos adaptando a todas as mudanças que estão acontecendo, em nossas famílias, nossas casas, nossos relacionamentos. 

E mesmo que hoje a figura de “chefe da casa” esteja fragmentada, e em muitos casos quem manda mesmo no barraco é ela, uma coisa o homem não pode perder jamais: seus culhões.

Há poucos dias me deparei com a nova campanha da cervejaria Kaiser, no filme um homem participa de uma tediosa reunião de trabalho quando, de repente, é confrontado por suas bolas - duas bolas de futebol falantes -, o que se segue a partir daí é um dialogo onde as bolas convencem o homem a confrontar seu chefe e pedir para que ele troque os slides da reunião pelo jogo de futebol que todos querem ver - inclusive o boss. 





Embora a situação retratada seja bem corriqueira, a conclusão é demasiadamente fantasiosa, contudo algo me chamou a atenção, um homem confrontado por suas bolas - em uma clara alusão as bolas do saco. 

Mesmo que a gente não se dê conta, somos diariamente confrontados por nossas bolas, e eu não me refiro a meras questões sexuais, mas a um contexto global mesmo. Seu saco escrotal é o que te faz homem e também está encarregado de lembra-lo o tempo todo que és um macho. 

Ser homem é algo muito mais complexo do que aparenta. Não se trata apenas de mijar em pé ou de ser capaz de feitos heroicos como matar baratas. Ser homem é algo muito maior, algo ligado à postura -  é ter culhão, ter firmeza e caráter.

E para que isso seja possível é necessário honrar suas bolas. Já dizia Tony Montana, o mundo é daqueles que têm culhões. E mesmo que nós homens não saibamos qual papel a sociedade nos reservará neste “futuro nebuloso” que se anuncia, algumas das muitas coisas que aprendemos com nossos pais e avôs jamais devem ser esquecidas.
 
E mesmo que no dia de amanhã você passe a ser o responsável por fazer a janta, pegar as crianças na escola e depender quase que na totalidade do dinheiro de sua mulher, saiba que não é este tipo de situação que desconfigura um homem. Afinal, ter culhão não significa ser o homem das cavernas, não te coloca na situação de único provedor da casa e responsável pela família, não te aplica à figura de intocável dentro de seu palacete. 

Ser um homem de pulso é cuidar e respeitar sua mulher, é educar e formar seus filhos, é honrar suas amizades, é não padecer diante de desafios. E por mais que o mundo mude, algumas coisas jamais mudam, por isso acima de tudo não podemos esquecer que nossas bolas estão aqui justamente para nos lembrar de que nós homens ainda somos regidos por um código de ética que apenas nós somos capazes de compreender. 

Então da próxima vez que você sentir-se confrontado, lembre-se, ouça suas bolas e honre-as, porque o que o torna um homem de fato não é sua macheza e sua virilidade e sim a coragem nos momentos de adversidade, mesmo nas pequenas coisas, mas nem por isso vá pedir ao seu chefe que ele cancele a reunião por conta do jogo. Até pra ter bom senso é necessário culhão! 


Marcel Costa