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Cafeteria oferece trabalho para jovens com síndrome de Down

26/07/2017 00:00

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"Eu sirvo, abraço, beijo e até tiro foto: o importante é demonstrar carinho". É assim que Luiza Camargo, de 19 anos, explica o seu trabalho no Chefs Especiais Café. No espaço, ela e outros três funcionários, todos com síndrome de Down, atendem muitos clientes curiosos para conhecer o local e experimentar as delícias oferecidas.

Por lá, tudo foi pensado com o mesmo carinho que a Luiza oferece aos clientes. Na parede, o menu mostra respeito e inclusão, e os funcionários fazem questão de conversar com cada um que para por ali. A localização, na rua Augusta, também teve motivo: "Aqui tem todo tipo de tribo, todo tipo de gente. É o lugar perfeito para inclusão, então quis trazer a minha tribo para cá também", explica Simone Berti, fundadora do espaço.

O trabalho de Simone e do marido, Marcio Berti, começou em 2006. Na época, eles inauguraram o Instituto Chefs Especiais, que oferece aulas de gastronomia gratuitas para pessoas com Down. O café, que foi aberto no mês passado como um presente para os 11 anos do instituto, é o primeiro passo dos alunos antes de entrar no mercado de trabalho.

Assim como em outras empresas, para estar no "primeiro café inclusivo do Brasil", – como eles se autodenominam – é preciso trabalhar duro. Além de se destacar nas aulas do instituto, os funcionários precisam passar por cursos de capacitação antes de poderem servir no café. Entre risadas, Camila Yumi, 22 anos, comemora que passou por todas as etapas e já pode estar perto dos clientes: “Gosto de trabalhar aqui porque posso conversar e fazer tudo com carinho”.

No dia a dia, os funcionários com Down recebem ajuda, mas a proposta é que, com o tempo, ganhem ainda mais autonomia. No futuro, a ideia é que dois deles tenham o trabalho fixo e as outras duas vagas sejam rotativas. No páreo para uma dessas vagas, Wagner Vicente, 36 anos, se apresenta como chef, fotógrafo e dançarino. Ele conta que o seu melhor prato é o macarrão, mas está aprendendo a fazer doces para servir no café. De todas as delícias, a melhor é poder trabalhar ali: "É bom fazer parte de algo", afirma.

Empreendedora

Uma das alunas do Chefs Especiais já conquistou seu espaço fora do instituto. Jessica Silva, 25 anos, inaugurou no último dia 15 o próprio café, o Bellatucci. Jéssica sempre gostou de cozinhar, mas foi só depois de tentar outros empregos e não se identificar que ela insistiu em ter um negócio próprio. Para abrir o café, ela contou com a ajuda da irmã, Patrícia Della Bella, e do cunhado Douglas Batetucci.

O espaço tem quatro funcionários com síndrome de Down, Todos são amigos de Jéssica e foram escolhidos como os responsáveis para "servir um café gostoso e atender bem os clientes", como ela faz questão de explicar. O Belatucci não mostra só que é inclusivo dentro da cozinha e nos funcionários. Diversas placas com frases como "Aqui todo mundo é igual" e "Café servido com amor e inclusão" estão espalhadas pelas paredes do espaço.

Serviço


Chefs Especiais Café
Onde? Rua Augusta, 2.559 
Quando? De terça a sexta, das 10h às