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Lula recusa videoconferência e irá a interrogatório de Moro

28/07/2017 00:00

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O juiz Sérgio Moro, da Operação Lava Jato, confirmou para o próximo 13 de setembro novo interrogatório do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na ação penal em que o petista é réu por suposto recebimento de propinas da empreiteira Odebrecht.

Pela segunda vez, Moro e Lula vão ficar cara a cara. O magistrado havia sugerido que o novo depoimento de Lula fosse realizado por videoconferência. O ex-presidente prestaria depoimento na Justiça Federal em São Paulo, evitando seu deslocamento a Curitiba, onde fica a 13.ª Vara Federal, responsável pelos processos da Lava Jato em primeira instância judicial.

O juiz alegou que a medida poderia evitar "gastos indesejáveis", referindo-se ao formidável aparato de segurança pública mobilizado da primeira vez em que ele e o petista se encontraram - em maio passado, Lula foi interrogado por Moro pela primeira vez nos autos da ação penal do caso triplex.

Na ocasião, milhares de manifestantes tomaram as ruas de Curitiba, em apoio a Lula.

Apesar da sugestão do juiz, Lula abriu mão da videoconferência. Por meio de seus advogados, o ex-presidente comunicou que é seu desejo depor pessoalmente a Moro.

"Diante da recusa, o interrogatório será presencial", decidiu nesta sexta-feira, 28, o juiz da Lava Jato. Moro também resolveu que a audiência será gravada da mesma forma como já foi feito em ação penal conexa.

Petrobras e Odebrecht

Neste processo, segundo a denúncia do Ministério Público Federal Lula é acusado de corrupção passiva e de lavagem de dinheiro em razão de contratos firmados entre a Petrobras e a Odebrecht.

A acusação aponta que parte das propinas pagas pela Odebrecht foi lavada mediante a aquisição, em benefício do ex-presidente, do imóvel localizado na Rua Dr. Haberbeck Brandão, 178, em São Paulo, em setembro de 2010, que seria usado para a instalação do Instituto Lula.

A força-tarefa da Lava Jato afirma que o acerto do pagamento da propina supostamente destinada ao ex-presidente foi intermediado pelo então deputado federal Antonio Palocci (ex-ministro de Lula e Dilma), com o auxílio de seu assessor parlamentar Branislav Kontic, que "mantinham contato direto com Marcelo Odebrecht, auxiliado por Paulo Melo, a respeito da instalação do espaço institucional pretendido pelo petista".

De acordo com os procuradores do Ministério Público Federal, valores destinados a Glaucos da Costamarques - primo do pecuarista José Carlos Bumlai, amigo de Lula -, por sua atuação na compra do terreno para o Instituto Lula, foram repassados para o ex-presidente na forma da aquisição da cobertura contígua à sua residência em São Bernardo de Campo.

A denúncia aponta que R$ 504 mil foram usados para comprar o apartamento vizinho à cobertura de Lula, em São Bernardo. A nova cobertura, utilizada pelo ex-presidente, foi adquirida no nome de Costamarques, "que atuou como testa de ferro de Luiz Inácio Lula da Silva".

As investigações indicam "que nunca houve o pagamento do aluguel até pelo menos novembro de 2015". Os advogados de Lula negam taxativamente que ele tenha recebido propinas da Odebrecht.

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