Após a prefeitura de São Paulo ter sido impedida de conduzir dependentes químicos à força para avaliação psiquiátrica e interná-los compulsoriamente, o secretário de Governo, Júlio Semeghini, explicou como a gestão Doria (PSDB) encara o assunto no momento, após a polêmica causada pelas ações da administração municipal na região no Centro da capital, que por enquanto apenas causaram a migração da Cracolândia original para um ponto distante apenas 600 metros.
“O usuário não precisa ser internado compulsoriamente. O que se trata é da busca, de como você conduz essa pessoa ao médico”, disse Semeghini. “Nosso pedido à Justiça permite que a prefeitura possa levá-los até uma junta médica de forma compulsória. Planejamos fazer isso através de ambulâncias especializadas, que conduzem uma pessoa que tenha um surto, um ponto crítico psiquiátrico.”
Entenda o revés jurídico da prefeitura de SP
Na última sexta-feira, a Justiça havia concedido uma liminar permitindo que usuários de drogas fossem removidos da rua e levados para serem avaliados por uma junta médica. O pedido original da prefeitura incluía a autorização de internação apenas com a validação de médicos, sem a avaliação judicial caso a caso, mas esta parte foi negada.
No domingo, após recurso da Defensoria Pública e do Ministério Público Estadual, a liminar foi derrubada, atrapalhando os planos da gestão Doria, que pretendia começar nesta semana as conduções forçadas os usuários para avaliação na Cracolândia.
A primeira estimativa da prefeitura era de que cerca de 100 dependentes que vivem na região precisariam da medida.
Semeghini disse que, apesar da decisão desfavorável, a gestão manterá os planos de contratar ambulâncias especializadas para remoção forçada de viciados. "Enquanto vai se discutir o mérito (da ação), temos de estar prontos, com os procedimentos claros, uma infraestrutura preparada e o serviço contratado. Nós vamos deixar tudo pronto porque, se tivermos essa autorização, nós implementaremos imediatamente", justificou.
Nova Cracolândia cresce diariamente
Após a dispersão dos usuários de drogas que ficavam nas imediações da estação Júlio Prestes, onde o fluxo se concentrava na rua Helvétia, uma nova Cracolândia fica mais forte na Praça Princesa Isabel.
Localizada a menos de 600 metros da Cracolândia original, apenas entre quarta e sexta-feira da semana passada o número de dependentes na praça praticamente dobrou e já chegava a 600 pessoas.
Além disso, outras áreas da cidade sofrem com o abandono do poder p&uac