Brasília foi palco, nesta quarta-feira (24), do maior protesto contra o governo de Michel Temer (PMDB) realizado até agora, em uma manifestação cujo o desfecho conturbado aprofundou ainda mais a crise pela qual passa o Planalto.
Representantes das principais centrais sindicais reuniram cerca de 35 mil pessoas, segundo a PM, no Centro da capital federal vindas de diversas cidades do país, para pedir a saída do presidente e protestar contra as reformas Trabalhista e da Previdência - segundo os organizadores, ato teve a adesão de 150 mil. A manifestação, que começou no final da manhã, interrompeu a circulação de veículos na Esplanada nos Ministérios, que teve as ruas em seu entorno fechadas antecipadamente.
Assista à reportagem do Jornal da Band sobre o protesto:
O protesto seguiu pacífico até a tarde. Por volta das 15h, porém, a Polícia Militar e um grupo de cerca de 50 manifestantes entraram em confronto. Depois, os policiais usaram gás de pimenta, bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha no meio da multidão para dispersar a manifestação.
Ao menos cinco ministérios, entre eles o da Cultura, Fazenda e Agricultura foram incendiados e depredados pelo grupo de manifestantes que promoveu o quebra-quebra. Todos os prédios da Esplanada dos Ministérios foram evacuados.
Policiais também usaram munição letal contra quem participava do protesto. Um homem foi baleado e ao menos 49 pessoas ficaram feridas, entre manifestante e PMs. Além disso, outros sete foram detidos.
Decreto de Temer coloca exército nas ruas
Em algo sem precedentes desde a redemocratização do Brasil em 1985, o presidente assinou um decreto autorizando "o emprego das Forças Armadas para a Garantia da Lei e da Ordem no Distrito Federal".
À tarde, durante o tumulto, homens do Exército já tomavam conta da Esplanada dos Ministérios, fazendo a segurança de vários prédios públicos e tenta dispersando os manifestantes.
Congresso x Planalto: Maia se irrita com Jungmann
Em coletiva de imprensa, o ministro da Defesa, Raul Jungmann, informou que o presidente Michel Temer (PMDB) atendera a uma solicitação do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Houve tumulto na Câmara entre deputados oposicionistas e governistas, porque os primeiros queriam para a votação de uma Medida Provisória por causa dos protestos, enquanto os outros queriam continuar.
Os ânimos se acirraram ainda mais quando veio à tona a notícia de que Maia teria pedido a atuação do exército.
Galeria de fotos: as imagens mais marcantes do dia de tensão
Em pronunciamento na Câmara, porém, Maia esclareceu que seu pedido foi para o governo convocar a Força Nacional, uma espécie de força policial que atua de forma emergencial na segurança públ