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Dono da OAS teria documentos para provar acusações contra Lula

22/04/2017 00:00

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O dono da construtora OAS, Léo Pinheiro, afirmou ter documentos e registros para comprovar as revelações que fez contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Uma delas é de que o petista seria, de fato, dono de um tríplex no Litoral Paulista erguido pela empreiteira.

No depoimento ao juiz Sérgio Moro na última quinta-feira (20), Léo Pinheiro deu uma amostra do que agora promete provar. Ele já está condenado na Operação Lava Jato a 26 anos de prisão, e está negociando uma delação premiada com a força-tarefa.

O empreiteiro garante ter registros, como agendamentos de encontros pessoais e centenas de telefonemas, que não deixariam dúvidas sobre o real proprietário de um imóvel reservado no edifício Solaris, no Guarujá, depois que a OAS assumiu a construção da cooperativa dos bancários, a Bancoop. Pinheiro também teria posse de comprovantes de viagens ao litoral paulista para tratar da reforma da cobertura.

"O apartamento era do presidente Lula desde o dia que me passaram para estudar os empreendimentos da Bancoop, já foi me dito que era do presidente Lula e sua família, que eu não comercializasse e tratasse aquilo como de propriedade do presidente", declarou. 

A acusação mais grave é de que ele teria sido orientado por Lula a destruir provas de pagamentos ao tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, também preso e condenado na Lava Jato. 

"[Lula pergunta] Léo, você fez algum pagamento a João Vaccari no exterior? [Léo responde] Eu disse não, presidente, eu nunca fiz pagamento a essas contas que nós temos com o João Vaccari no exterior. [Lula pergunta] Como é que você está procedendo os pagamentos para o PT? [Léo responde] Através do João Vaccari, estou fazendo os pagamentos através de orientação de Vaccari, de caixa dois, de doações diversas que nós fizemos a diretórios e tal. [Lula pede] Você tem algum registro de algum encontro de contas de alguma coisa feita do João Vaccari com você? Se tiver, destrua. Ponto", detalhou o empreiteiro em seu depoimento. 

Em nota, a defesa de Lula acusou Léo Pinheiro de produzir uma versão acordada com o Ministério Público como pressuposto para aceitação de uma delação premiada, e afirma que a versão foi fabricada a ponto de criar um diálogo - não presenciado por ninguém - no qual Lula teria dado a fantasiosa e absurda orientação de destruição de provas.

A defesa destaca ainda que a afirmação de que o tríplex do Guarujá pertenceria ao ex-presidente é incompatível com documentos da OAS, alguns deles assinados pelo próprio dono da empreiteira. 


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