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Jovem é mantida viva por meses para dar à luz gêmeos

22/02/2017 00:00

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Uma jovem grávida, que teve morte cerebral após um AVC, foi mantida viva por aparelhos durante quatro meses até dar à luz gêmeos no Paraná. As crianças nasceram prematuras, de 27 semanas, mas passam bem. A mãe, que teve os órgãos doados, foi enterrada nesta quarta-feira (22). 

Frankielen da Silva Zampoli tinha 21 anos. Casada há seis anos com Muriel Padilha, estava grávida pela segunda vez; mas, em outubro do ano passado, foi vítima do derrame. Ficou três dias no hospital até que teve morte cerebral decretada.

Após o diagnóstico, a família e os médicos tomaram a decisão de mantê-la viva para que os gêmeos pudessem nascer. Frankielen ficou sob cuidados intensos durante 123 dias, ou pouco mais de quatro meses.

“Os médicos falaram em três dias. Hoje eu digo: que três dias longos, não é?”, diz Muriel. 

Na madrugada de domingo (19) para segunda-feira (20), a oxigenação do corpo da paciente diminuiu e a equipe decidiu que era a hora de fazer o parto. As crianças, Azaphi e Ana Vitória, vão ficar internados na UTI neonatal em Campo Largo, na grande Curitiba. Ainda não há previsão de alta.  

Casos raros 

Um caso parecido aconteceu nos Estados Unidos em 2012, quando uma mulher com morte cerebral foi mantida viva durante um mês para que os gêmeos pudessem nascer.

Dalton Rivabem, que coordenou a equipe da UTI durante toda a internação, afirma que casos como esse são muito raros. “Todo mundo se empenhou ao máximo, a dedicação foi enorme de toda a equipe, e cada vez com esperanças de ter sucesso no final”, disse. “Nossa equipe está muito orgulhosa do trabalho.”

Frankielen foi enterrada nesta tarde. Os órgãos dela foram doados para que ela pudesse salvar ainda mais vidas. “É um tempo de choro e alegria; ela deixou um pedacinho dela para nós”, completa o pai Muriel.

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