VCNOAREA: Até que ponto a Internet realmente te ajuda? A Internet pode ser uma verdadeira mão na roda nos dias atuais, mas é preciso ter cuidado com informações falsas e ter limites gplus
   

VCNOAREA: Até que ponto a Internet realmente te ajuda?

A Internet pode ser uma verdadeira mão na roda nos dias atuais, mas é preciso ter cuidado com informações falsas e ter limites

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* Rodrigo Paulo, especial para o AreaH

A tecnologia mudou a forma de convivência entre as pessoas, isso é fato. A internet, muito mais acessível e dinâmica, ampliou as formas de comunicação e informação e hoje consegue chegar a vários tipos de público. Porém, ao observar com mais afinco, alguns costumes podem nos fazer perder mais tempo do que realmente nos ajudar. Se a internet e toda a tecnologia estão tão mais acessíveis, porque não usá-la da melhor maneira possível? 

Longe de mim querer pregar regras e definir o que é certo ou errado, o que é bom ou mau e o que as pessoas devem ou não fazer. Não existe uma petulância da minha parte em querer moldar os costumes das pessoas. O que é hobby para alguns pode ser irrelevante para outros e não se deve quantificar e qualificar as prioridades das pessoas.

Desde que ela não afete o próximo.

A credibilidade do conteúdo das redes sociais e até mesmo de portais jornalísticos nem sempre é tão alta quanto se pensa. Pesquisas indicam que de 20 noticias mais acessadas, 10 delas são falsas. E, ao avaliar o engajamento das noticias falsas, nota-se que ele é, quase sempre, muito maior do que nas noticias verdadeiras. Hoje é muito fácil gerar e propagar qualquer informação. 

Além disso, existe uma bolha digital na qual estamos inclusos. Algoritmos e estratégias técnicas, usadas pelas redes sociais e Google, por exemplo, fazem que, em nossa volta durante o tempo da internet, apareçam prioritariamente, noticias, comentários e conteúdo em geral ligado ao que gostamos, curtimos, pesquisamos e geramos, ou seja, se você se importa com X, certamente irá ler muito sobre X que "sem querer" irá aparecer no seu feed constantemente.

Seus amigos do Facebook em geral gostam do mesmo candidato político que você? Tem a mesma opinião sobre determinados assuntos? Então, essa coincidência não é tão sem querer assim. Claro, tem o seu lado bom. Você consome conteúdo do que realmente gosta. Conseguirá ler, assistir e saber mais sobre seus assuntos favoritos, comprar algo que de fato te interessa naturalmente e irá interagir com pessoas semelhantes ao seu gosto. Mas o fato de ficar cercado de assuntos que apenas reforçam o que você já conhece e gosta te deixa preso ao mesmo.

Opiniões diferentes nem chegam perto - e isso resulta em alienação. Justamente no momento que poderíamos escapar disso, com a tecnologia em massa acabando com a exclusividade de conteúdo apenas da TV. Temos as ferramentas, mas ainda ficamos presos. E isso não afeta apenas você. Sua opinião vale muito na sociedade. Vivemos em grupos. Atuações individuais, como comportamentos diários, um voto, compartilhamento de ideias e informações sem confirmação de variadas fontes, causa impacto para quem está ao seu lado. 

Não propague noticias falsas e, na dúvida, busque mais fontes. Se aquela informação te interessou ao ponto de compartilhá-la, tire poucos minutos para saber mais sobre ela. Duvide. Busque. Pesquise. Tire dúvidas. E, aí sim, se confirmada a veracidade, compartilhe. Uma informação falsa não acrescenta em absolutamente nada. Se você se interessou ao ponto de mostrar e debater o assunto com outros, não vale alguns minutinhos para desconfiar e verificar a procedência do assunto?

E para sair da bolha digital? Experimente seguir e ler opiniões contrárias, pensar sobre elas. “Dar um ban” no seu amigo ou nas páginas que não seguem a mesma ideia que você nem sempre te ajuda. Pesquise sobre outros assuntos que fujam do seu cotidiano. Use outras formas de mídia para se informar - rádio, mídia impressa e a boa e velha conversa ajudam a esclarecer ainda mais sobre qualquer assunto e criar reflexões.

A velocidade de novas informações e a ansiedade de sermos os pioneiros no compartilhamento de algo com nosso grupo de amigos nos faz, muitas vezes, deixar de lado algumas dessas opções acima. Refletindo mais sobre o uso, a qualidade que esse uso traz às nossas vidas, o que propagamos ao nosso redor e como saímos depois de meia hora na internet, já é uma grande coisa. Se a tecnologia veio tão forte, por que não usufruirmos dela da melhor maneira possível? 

(*) Rodrigo Paulo é analista de comportamentos nas mídias sociais, gerador de conteúdo para empresas e personalidades na internet e, nas horas vagas, um fanático por futebol. Escreve uns textinhos por aí de vez em quando, também.