Testamos o Ecosport 1.5, a nova aposta da Ford na categoria SUV Avaliamos o modelo durante 7 dias, veja o que mudou com a nova motorização gplus
   

Testamos o Ecosport 1.5, a nova aposta da Ford na categoria SUV

Avaliamos o modelo durante 7 dias, veja o que mudou com a nova motorização

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Em junho desse ano a Ford apresentou o novo modelo do EcoSport em Buenos Aires, no 8° Salão Internacional do Automóvel na cidade. O evento, que reuniu jornalistas de diversos países, contou com a presença do presidente da Ford na América do sul, Lyle Watters, que destacou que o novo modelo SUV como um dos veículos com maior tecnologia global, de engenharia e de conectividade da Ford.

A convite da própria montadora, eu e o Ygor, outro sócio aqui do Portal AreaH, passamos uma semana com o carro, para testar suas novas funcionalidades em comparação a outros modelos da categoria. A versão que chegou até nós foi o FreeStyle 1.5 completo, com 137 cavalos de potência e o novo cambio automático de seis velocidades. Mais arrojado que o design anterior, esse novo Ecosport me surpreendeu no tamanho e itens indispensáveis, literalmente, a mão. 

Quem leu meu último artigo (clique aqui), sabe que estou há pouco mais de um ano e meio sem dirigir durante os dias úteis. Tal atitude, tomada em 2016, veio devido ao meu estresse e tempo perdido com o trânsito paulistano, além das tantas contas a pagar relacionadas ao meu carro. Em suma, era só desgaste físico, emocional e econômico. Pois bem, depois de tanto tempo tomando apenas o metrô como meio de transporte durante a semana, confesso que foi delícia “quebrar a dieta” com um carro tão espaçoso e moderno quanto o novo Ecosporte. 

O MODELO

Do lado de fora, a frente do carro segue a tendência dos modernos SUVs da Ford. A ampla grade, já característica do modelo, predomina na parte dianteira, alinhada com os faróis redesenhados, incorporando o que há de mais moderno. 

Do lado de dentro, nota-se que é ideal para quem tem família e, melhor, gosta de passear. O carro chega a comportar 5 pessoas tranquilamente, sem ter que haver uma guerra de cotovelos entre os passageiros do banco de trás – a prova disso é que acomodou de maneira satisfatória a minha mãe e minhas duas filhas. 

O porta-malas também merece destaque, uma vez que comporta tudo e muito mais – pelo visto não precisou ser sacrificado, comportamento comum dos designers automotivos, que diminuem o porta-malas em nome do conforto dos ocupantes.

Para o passageiro do banco da frente, o conforto também é garantido. Quem é alto, por exemplo, pode-se esticar confortavelmente sem se preocupar em deixar quem está no banco de trás com as pernas espremidas. 

Como motorista, minha experiência não poderia ter sido melhor. A versão completa que tive a oportunidade de dirigir veio já com ar-condicionado digital, câmbio automático, volante com acabamento em couro, console central com descansa-braço, borboletas com as principais funcionalidades no volante e um painel completo com tela de 8 polegadas com widgets de última geração, como GPS, sincronização com telefone celular e câmera de ré, airbag duplo e sistema multimídia SYNC 3. Esse modelo, atualmente, custa aproximadamente R$ 83 mil.

Os acabamentos, no entanto, foram um ponto negativo em minha opinião. Apesar da boa aparência e não apresentar falhas de encaixe ou rebarbas, todos os detalhes são de plástico. Outro ponto negativo foi quanto ao retrovisor central: o tamanho pequeno dificultou a minha visibilidade quanto ao que estava acontecendo atrás, fazendo com que eu me orientasse mais pelos retrovisores laterais. Entretanto, se você é um cara que não liga muito para esse tipo de coisa, tais pontos não serão relevantes na hora de comprar seu Ecosport. 

ATRÁS DO VOLANTE

Durante essa uma semana que o carro me pertenceu, rodei aproximadamente 23km por dia. O carro, que tinha direção hidráulica, chegou a ser uma surpresa nas curvas, uma vez que sua grande altura é compensada pelo ajuste mais durinho do conjunto de suspensão. 

O carro também responde bem na direção. Apesar de não ter pegado estrada com ele, tive a oportunidade de passar dos 60km por hora, quilometragem média para andar pelas ruas de São Paulo. Cheguei a quase 100km e o carro em nenhum momento me deixou com aquele receio de me deixar na mão: o freio e o acelerador são eficientes, práticos e rápidos, requisitos básicos em um carro desse porte. 

Outra coisa que merece destaque é a sua economia. Seu tamanho geralmente intimida o bolso do possível comprador, que logo pensará que será necessário ter um posto de gasolina para sustentar o carro.  Bobagem. Com apenas um tanque enfrentei o caótico trânsito da cidade durante sete dias, e ainda dei uma passeada com a família no fim de semana. Resultado? O ponteiro mal saiu do lugar. 

De acordo com a Ford, o carro foi bem pensado nesse quesito: o motor 1.5 Dragon flex tem três cilindros, o que faz com que ele consiga desenvolver 137 cavalos de potência, ou 91,5 cv por litro (a maior entre os aspirados no País) e torque de 16,2 kgfm. Para efeito de comparação, o 1.6 Sigma (das versões anteriores) é capaz de gerar 135 cv e 16,7 kgfm quando abastecido com etanol.

Apesar do tamanho, e do peso, o novo Ecosport promete entregar uma média de 10km por litro de gasolina dentro da cidade 14km por litro na estrada. No etanol, os números recuam para 7km na cidade e 8km na estrada. Para uma SUV, está totalmente dentro dos padrões, superando até outras concorrentes da categoria – o motor recebeu classificação “A” de eficiência pelo Inmetro. Tais mudanças tornaram o carro pouco mais de 5% mais econômico que as versões anteriores.

OPINIÃO DE QUEM JÁ TEVE UMA ECOSPORT

Como expliquei lá em cima, o Ygor, sócio aqui do Portal AreaH, também teve a oportunidade de testar o carro por uma semana. Como ele já foi dono de uma Ecosport, acredito ser nada mais justo do que deixar aqui o depoimento dele sobre a experiência com o novo modelo. Veja o que ele achou:

“Na minha visão, o ponto alto desta versão é a tecnologia embarcada, totalmente atualizada com as tendências, que permite acessar diferentes gadgets e funções sem tirar as mãos do volante, com destaque para a tela central touchscreen que dá um ar de modernidade para o interior do veículo.

O design arrojado da dianteira, alinhado com a nova proposta da Ford, deixou o carro atraente e impossível de não ser notado quando passa pela rua (experimentei essa sensação e até vi o carro virar ponto de visita no estacionamento do AreaH), mas aqui deixo uma observação, acredito que a traseira poderia ter recebido um facelift para acompanhar a linha de inovação proposta no restante do veículo.

Para completar a experiência, tive a oportunidade de testar o motor, que responde bem nas saídas (mesmo em rampas) e entrega um bom torque para realizar ultrapassagens. Isso tudo sem gerar barulho ou vibrações no interior do veículo. Resumindo, eu gostei!”.

VALE A COMPRA?

Sem dúvidas! A relação custo-benefício atrai, especialmente das versões FreeStyle e SE, que vai de aproximadamente R$ 80 mil com câmbio manual a R$ 87 mil com câmbio automático. Ambas apresentam itens como câmera de ré, luzes diurnas de leds, ar-condicionado digital, quadro de instrumentos com tela colorida de 4,2?, porta-malas com ajuste de altura do assoalho, bancos revestidos de tecido e couro, central Sync 3 com tela de 8? e rodas de liga aro 16?. 

Se você curte uma versão mais requintada, será preciso desembolsar quase R$ 95 mil na versão Titanium. Com acabamentos mais finos, ela oferece teto solar, alerta de pontos cegos, partida sem chave, acendimento automático dos faróis sensor de chuva, retrovisor interno eletrocrômico, faróis de xênon, bancos de couro, rodas de liga aro 17? e alto-falantes da Sony.


Rodrigo Moreno