Brasileiros querem ter mais sexo, aponta estudo Mosaico 2.0, do Hospital das Clínicas, ouviu 3 mil pessoas com idades entre 18 e 70 anos para traçar um perfil da prática sexual gplus
   

Brasileiros querem ter mais sexo, aponta estudo

Mosaico 2.0, do Hospital das Clínicas, ouviu 3 mil pessoas com idades entre 18 e 70 anos para traçar um perfil da prática sexual

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Uma pesquisa conduzida pela psiquiatra Carmita Abdo, coordenadora do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas, ouviu 3 mil pessoas entre 18 e 70 anos a fim de traçar o perfil contemporâneo do comportamento afetivo-sexual dos brasileiros. Conhecido como Mosaico 2.0, esse estudo é uma atualização do Mosaico Brasil, o maior levantamento da área sexual já feito em território nacional até 2008, ano em que a pesquisa foi divulgada. Em ambas as edições, o estudo contou com o apoio da Pfizer, empresa que produz e comercializa o Viagra.

Frequência sexual: expectativa x realidade
A pesquisa também revelou que tanto os homens quanto as mulheres gostariam de ter mais relações sexuais do que eles realmente têm. Enquanto, em média, as mulheres gostariam de ter relações quatro vezes por semana, os homens acreditam que seis vezes a cada sete dias seria a quantidade ideal. Mas, na realidade, as mulheres tendem a transar apenas duas vezes por semana e os homens três.  

Só pela atração?
O estudo revelou que os homens são mais motivados a ter relação sexual por atração do que as mulheres.  Entre eles, 43,7% responderam que “com certeza” teriam relações sexuais apenas por atração enquanto somente 22,2% das mulheres compartilharam esse pensamento. 

Essa diferença não é observada apenas entre os gêneros. A idade também é um fator que influencia bastante a decisão de se envolver sexualmente ou não apenas por atração. De acordo com a pesquisa, os jovens de 18 a 25 anos são os que menos teriam relações sexuais sem algum tipo afeto.  Quando questionados, 18,4% deles disseram que “não, de forma alguma” teriam transariam com alguém só por conta da atração. Mas, com o passar dos anos eles tendem a mudar esse pensamento. Também foi observado que daqueles que tinham de 26 a 40 anos, 35,8% topariam “com certeza” fazer sexo sem afeição enquanto apenas 12,3% não aceitariam de forma alguma. 

Sempre tem a primeira vez
Em média, os brasileiros tem a primeira relação sexual aos 17,7 anos. Mas, os homens iniciam a vida sexual mais cedo. Enquanto a média de idade para uma mulher brasileira perder a virgindade é de 18,4 anos, a parcela masculina faz sexo pela primeira vez aos 16,9 anos. Em 11,4% dos casos, o primeiro ato sexual deles é com uma garota de programa. Contudo, essa prática tem sido menos recorrente. Apenas 1,5% dos homens entre 18 e 28 anos revelaram ter tido essa experiência. 

Por outro lado, a primeira vez das mulheres costuma ser com seus namorados. Isso aconteceu com 75,5% das mulheres que participaram da pesquisa. Contudo, a primeira experiência sexual de uma mulher nem sempre é agradável: 47,8% delas reportaram que a primeira vez foi muito ruim ou bem pior do que imaginavam.

Mão amiga
Como já era de se esperar, são os homens que mais se masturbam. De acordo com a pesquisa, 82,7% dos entrevistados do sexo masculino responderam que praticam essa atividade frente a 40% das mulheres. Entre elas, 19,5% afirmaram nunca ter se masturbado. 

Consequentemente, também são eles os que mais acessam conteúdo erótico na internet. O estudo revelou que 33,8% dos homens veem pornografia com frequência. Apenas 9,7% das mulheres têm esse hábito. Esse comportamento é mais comum entre as pessoas de 26 a 40 anos.

Contexto
A pesquisa mostrou que, em geral, o sexo está mais presente na vida do homem do que da mulher. “Embora muita coisa tenha mudado e tenhamos a impressão de que hoje é mais natural falar sobre sexo, a sociedade ainda aborda essa temática com certa vulgaridade. Muitas mulheres temem julgamentos relacionados a certos comportamentos sexuais, o que acaba fazendo com que limitem o próprio prazer. Não é tão fácil nem tão rápido se libertar de padrões anteriormente impostos”, explica a coordenadora da pesquisa, Camita Abdo.


Guilherme de Souza Guilherme