Armas curiosas perdidas na história Por séculos, o homem mostrou sua capacidade de criar armas de destruição. Veja as mais curiosas que (felizmente) não existem mais gplus
   

Armas curiosas perdidas na história

Por séculos, o homem mostrou sua capacidade de criar armas de destruição. Veja as mais curiosas que (felizmente) não existem mais

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Desde o começo de sua história sobre a Terra, o homem tem criado invenções que o permitissem se sobressair sobre quem se impusesse a ele e que o permitiram conquistar um lugar acima das demais espécies. Porém, não apenas para sobrevivência e paz serviram a genialidade humana. 

Entre suas motivações, uma das que mais faz parte da natureza humana é sua necessidade de ter sempre mais, motivo pelo qual o homem é capaz até mesmo de enfrentar seu semelhante a fim de conquistar seu objetivo. Para isso, o homem criou armas que o ajudassem nessa tarefa.

Aqui não serão lembradas as armas que mudaram o rumo de guerras históricas como o arco e flecha, a arma de fogo, o tanque de guerra ou o temido drone. As armas mais interessantes da história ficaram perdidas em séculos de avanços ou se tornaram obsoletas a ponto de merecerem somente algumas referências em livros. Outras podem ser tão inusitadas que seu destino foi o esquecimento completo, sem qualquer forma de ser reproduzida hoje.

O “raio de calor” de Arquimedes

Arquimedes, de Siracusa, foi um engenheiro e inventor grego, além de um dos principais cientistas da Antiguidade Clássica e um gênio cujas descobertas ainda são utilizadas e estudadas até os dias de hoje. Entre suas invenções, se destacam algumas armas de cerco que ficaram conhecidas por sua criatividade. Entre tantas, uma das mais inusitadas foi um “raio de calor” usado para incendiar navios inimigos durantes combates. Isso aconteceria por meio de grandes espelhos posicionados estrategicamente para que eles pudessem concentrar os raios do sol de forma a fazer que surgisse fogo nos navios inimigos. Há duvidas sobre a existência de tal arma, mas ela passou a ser desnecessária com a invenção de bombas.

A garra de Arquimedes

Mais uma invenção do gênio grego em armas militares, a garra em questão seria quase um guindaste com o qual os navios inimigos seriam içados com a intenção de serem soltos novamente, para que afundassem ao baterem na água, seja por meio da quebra do casco pelo impacto em pedras ou de uma possível inundação. Esse guindaste, ou garra, seria posicionado sobre muralhas perto do mar e, quando os navios se aproximassem o suficiente, seriam utilizados para agarrar os navios por meio de cordas e um gancho conectados a um aparelho de roldanas capazes de erguerem a pesada embarcação.  Seu uso é datado durante o Império Bizantino e sua criação seria um feito do engenheiro Calínico. A arma teria sido utilizada principalmente durante a defesa contra a invasão islâmica. Tendo sido mantida em segredo durante seu uso, sua fórmula teria se perdido no tempo, sendo impossível de ser reproduzida até mesmo com a tecnologia dos dias de hoje, sobrando apenas muitas especulações. 

Fogo grego

Uma das armas mais misteriosas de que se tem notícia, pouco se sabe sobre ela além de que se tratava de uma composição química que tinha altas propriedades inflamáveis, sendo capaz até mesmo de queimar sobre a água, que inclusive agia como uma forma de espalhar a composição com mais eficácia. Sua utilização seria através de sifões que lançariam a composição com pressão. Muito difíceis de ser combatido, já que a água era ineficaz, o fogo grego seria uma arma incrivelmente destrutiva. Seu uso teria sido durante o Império Bizantino, contra a invasão dos muçulmanos. Sua fórmula seria um segredo guardado cuidadosamente, sendo perdido ao longo do tempo. Mesmo com as novas tecnologias, ainda não é possível reproduzir o efeito do químico, restando apenas teorias sobre como a arma funcionaria.

Catapultas

Já bastante conhecidas pelo grande público devido sua aparição em filmes que retratam batalhas antigas, em tempos medievais ou anteriores, as catapultas eram grandes armas de cerco que impulsionavam objetos a grandes distâncias com o objetivo de destruir defesas inimigas de grandes distâncias, sem a necessidade de se arriscar chegando muito perto das armas do lado oposto. As catapultas consistiam em grandes braços em estruturas de madeira e um sistema de cordas que podia ser movida no campo de batalha. Podiam ser lançadas grandes pedras ou quaisquer outros objetos que causassem danos ao inimigo. Séculos depois, soldados utilizaram versões mais modernas de catapultas para lançarem granadas de mão dentro de trincheiras durante a Primeira Guerra Mundial.

Balestra de repetição

Talvez uma das mais antigas predecessoras das metralhadoras modernas, essa arma seria uma besta comum que possuiria um espaço externo de armazenamento de flechas, que seriam automaticamente posicionadas após a anterior ser disparada. O atirador deveria apenas puxar uma alavanca para colocar a corda de volta em sua posição inicial para que o disparo fosse feito. Sua origem pode ser seguida de volta ao século 4 a.C., mas sua autoria é desconhecida. Importantes modificações e melhorias que a permitiram ser uma das armas de mais rápido disparo da época foram feitas por militares na China. Para a época, era um armamento bastante avançado e que fornecia ao exército que estivesse armado com ele uma grande vantagem em poder de fogo.

Roupas de fogo

Temendo ataques que usassem fogo e agentes químicos em combate, os muçulmanos teriam criado no, século XII ou XIII, roupas que pudessem resistir mais tempo ao calor do fogo sem que seus usuários sofressem queimaduras por algum tempo. Para esse traje, seriam usadas duas camadas de túnica de seda e um manto de algodão. A proteção oferecida por essas roupas era tão garantida que os soldados muçulmanos seriam capazes até mesmo de atearem fogos em sui mesmos durante o combate para obter uma vantagem sobre seus inimigos, se tornando furiosas e ameaçadoras fogueiras vivas que atacavam tudo em seu caminho. Esse artifício seria descoberto muito mais tarde e receberia novos propósitos, ao serem desenvolvidos trajes que pudessem proteger bombeiros do calor do fogo para que resgates pudessem ser realizados, além de pilotos de corrida utilizarem a mesma roupa para a prevenção de acidentes. 

Mísseis chineses “pássaros de fogo”

Foram inspirados em pássaros reais que antes carregavam bolsas de brasas sobre acampamentos inimigos e navios de combate para começar incêndios. O problema desses pássaros era que eles não podiam ser controlados e, por vezes, incendiavam territórios dos próprios atacantes que os usavam. Ao contrário destes, os mísseis apenas possuíam forma de pássaro, mas eram feitos de bambu e papel e carregavam explosivos em sua estrutura. Para que pudessem voar, tinham que ser impulsionados, possuindo capacidade de alcance de 300 metros. O “pássaro” explodia na hora ao se chocar contra qualquer alvo, destruindo qualquer coisa em seu caminho. Porém, apesar da aparente vantagem, não era possível controlar a direção em que ele seguia, estando sujeito ao vento. 

Bombas de balão japonesas

Uma invenção japonesa, esses balões foram criados e usados durante a Segunda Guerra Mundial, com a intenção de atacar os Estados Unidos. Como nenhum avião tinha capacidade de atravessar uma distância tão grande do Japão até seu alvo, foram usados esses balões não tripulados para carregar explosivos, na esperança que algum atingisse seu alvo com sorte. Dos 9 mil balões que foram lançados com destino aos EUA, um número estimado de cerca de mil balões teria chegado até seu destino, os outros teriam se perdido durante o caminho, caindo no mar ou em lugares de menos impacto. O objetivo com os balões não era atingir algum alvo específico, mas sim qualquer alvo e que causasse um grande estrago. Como os EUA não revelaram na época quais balões teriam dado certo, o Japão achou que o plano teria falhado miseravelmente, dando fim ao projeto.


Luis Carvalho