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A festa da bola oval

No próximo domingo, New York Giants e New England Patriots entram em campo para mais uma edição de Super Bowl

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Os amantes da bola vão parar na frente da TV no próximo domingo, dia 5. Não, não estamos falando da redonda que rola nos gramados mundo afora. Muito menos de algum jogo específico do esporte mais popular do globo, o futebol (afinal, aqui no Brasil ainda estamos no início de temporada, época dos longos e insuportáveis estaduais!).

Estamos falando da bola oval e de futebol americano, meu caro. No domingo, mais de 100 milhões de pessoas ao redor do mundo se acomodam em seus sofás, lotam os bares e fazem churrasco para acompanhar um grande evento. Um grandioso evento. Um dos maiores do planeta, o Super Bowl. É a final da NFL, a Liga Nacional de Futebol Americano.

O Super Bowl 46 reedita a edição 42 (temporada 2007), disputada em 3 de fevereiro de 2008, quando o New York Giants levou o troféu no University of Phoenix Stadium, na cidade de Glendale, no Arizona. Mais de 70 mil pessoas acompanharam Eli Manning e companhia superarem o New England Patriots, de Tom Brady - o Mister Bündchen -, pelo placar de 17 a 14. O passe de touchdown de Manning, a 35 segundos do final do confronto, deu a taça ao time de Nova York e o título de MVP (jogador mais valioso) ao quarterback.

O duelo de quarterbacks, entre Manning e Brady, será, sem dúvida, uma atração à parte e, claro, o grande fiel da balança para definir o campeão. Em número de conquistas de Super Bowl, Brady leva vantagem sobre Manning, com três taças (todas pelos Patriots) contra uma. A edição 46 vai desempatar a batalha de títulos entre os times (cada um tem três troféus). Quem ganhar, iguala o Green Bay Packers e fica a dois do maior vencedor, o Pittsburgh Steelers. San Francisco 49ers e Dallas Cowboys têm cinco títulos cada.

Difícil dizer quem sairá vencedor do Lucas Oil Stadium, na cidade de Indianápolis, Indiana. O momento é mais favorável para Manning e os Giants. Para Everaldo Marques, narrador dos canais ESPN e da rádio Estadão/ESPN, o time de Nova York oferece melhor proteção para o quarterback brilhar e também realiza trabalho que pode incomodar Tom Brady.

“Os Giants estão em um momento um pouco melhor, o Eli Manning está em um momento melhor que o Tom Brady. Mas, o Brady é um cara genial, capaz de tirar coelho de cartola”, ressalta Marques, que vai transmitir o Super Bowl in loco pela terceira vez, todas pelos canais ESPN, ao lado do comentarista Paulo Antunes e do repórter André Kfouri. Veja hotsite da ESPN sobre o Super Bowl 46 aqui.

Para Marques, a batalha que vai decidir o jogo é a da linha defensiva dos Giants contra a linha ofensiva dos Patriots. Segundo ele, se a forte linha de defesa do time de NY conseguir pressionar Brady do jeito que pressionou nas últimas rodadas da temporada regular e nos playoffs, contra os quarterbacks adversários, a chance dos Giants aumenta muito. “Mas, se a linha ofensiva dos Patriots proteger bem o Brady e evitar que ele sofra pressão, aí as chances de New England aumentam”, pondera.

Outro fator que pode prejudicar os Patriots e, consequentemente, ajudar os Giants é a condição do tight end Rob Gronkowski, um dos grandes destaques do time de New England. Com o tornozelo machucado, é dúvida para o grande jogo do domingo. “Eu acho que o Gronkowski vai para o jogo, mas não sei o quanto vai estar bem fisicamente, o quanto vai conseguir ser eficiente sem estar 100%. Ele é uma das principais, talvez, a principal arma de ataque do New England, sem dúvida. Se ele estiver bem, a chance de New England também aumenta”, analisa Everaldo Marques.

Ao contrário de Marques, Thiago Perdigão, editor do LANCENET! e do blog Made in USA, especializado em esportes americanos, acredita que os Patriots têm leve favoritismo na partida de domingo.

“New England fez a melhor campanha da Conferência Americana e foi muito mais consistente que os Giants durante toda a temporada. Nova York sofreu, principalmente, contra times fracos e só se classificou na última rodada. Cresceu durante os playoffs, mas New England continuou jogando bem, como fez durante o ano. As equipes jogaram durante 2011 e deu Giants no fim”, ressalta.

Perdigão diz que as circunstâncias deste ano são bem diferentes de 2008, quando os Patriots eram amplamente favoritos e os Giants, os azarões. “Na final, os Giants fizeram o que ninguém conseguiu: pressionaram Tom Brady, que 'apanhou' muito naquele jogo. O time de conseguiu manter o placar apertado até o último quarto e a virada, com pouco menos de um minuto para o fim da partida” lembra.

Para o duelo deste ano, o editor do LANCENET! diz que os Giants terão que realizar um plano de jogo semelhante. Já os Patriots, segundo ele, vão precisar melhorar a defesa e contar com a força da dupla de tight ends, a dúvida Rob Gronkowski e Aaron Hernandez. Perdigão destaca, também, o duelo particular entre Brady e Manning.

“A verdade é que são dois grandes jogadores. Brady tem uma história incrível, foi escolhido apenas na sexta rodada (199ª) do draft, campeão em seu primeiro ano como titular. É um jogador muito inteligente, com grande perfeição nos passes. O defeito é que se "incomoda" com a pressão, não gosta de "apanhar". E cai de produção quando isso acontece”, analisa.

“Eli teve uma temporada brilhante. Cresceu de maneira absurda em todos os quartos finais nesta temporada. É aquele quarterback decisivo, que todos esperam em seus times. Em 2011, cuidou melhor da bola. Evitou passes arriscados no meio de campo e diminuiu o número de passes interceptados. Com 31 anos, está no auge de sua forma técnica”, finaliza Perdigão.

O jornalista conta que esteve em duas edições (43, em Tampa, e 44, em Miami) do Super Bowl e fala da grandiosidade do evento. “Para a imprensa, a estrutura é bem grande. Um centro de mídia gigantesco, entrevistas coletivas todos os dias e o Media Day, evento que acontece na terça. Todos os jogadores ficam à disposição dos jornalistas. Uma hora para cada time. No dia do jogo, ônibus levam os jornalistas para o estádio, já que o acesso é restrito”, conta.

Show do intervalo e dicas de onde assistir

O Super Bowl tem um evento à parte, o show do intervalo. Logo quando termina o primeiro quarto do jogo, as luzes se apagam e, em poucos minutos, um palco é montado no gramado. Eficiência e espetáculo que só os americanos têm! Depois, um artista de peso faz um show de 12 minutos. Há ingressos somente para assistir ao show. Neste ano, os fãs poderão ver a diva Madonna em ação.

Rolling Stones, Michael Jackson, Tom Petty, Bruce Springsteen, Tony Bennett, Blues Brothers, Phil Collins, U2, Paul McCartney, Prince, Britney Spears, Christina Aguilera, Black Eyed Peas, entre muitos outros, já se apresentaram no show do intervalo. No passado, a pausa do jogo não tinha o glamour que tem hoje. Bandas de universidades americanas, cantores pouco conhecidos, artistas de rua e até a banda da Força Aérea Americana, que se apresentou em 1985, já foram as “atrações”. A partir da década de 1990, as coisas mudaram.

Em 1991, a sensação New Kids On The Block, precursores do fenômeno boy band que chegaria anos depois e consagraria grupos como o Backstreet Boys, Five e N'SYNC, se apresentou na 25ª edição do Super Bowl. Depois deles, com raras exceções, o intervalo virou realmente um show à parte, com nomes de peso da música americana e internacional.

O Super Bowl é, realmente, um evento para ser visto. Não importa se você gosta ou não de futebol americano. Vale a pena assistir! Aliás, se você quer acompanhar o Super Bowl 46 com uma galera, veja aqui alguns endereços de bares e restaurantes que vão realizar eventos na sua cidade. Lembrando que a ESPN começa a transmissão a partir das 19h30 no domingo.