Depois da ótima estreia do Homem de Ferro de Robert Downey Jr. em seu filme solo (sobre o qual falaremos mais adiante), a sequência mostrou-se uma infeliz decepção. Seguindo a fórmula de sucesso do filme anterior, a continuação apresenta mais um vilão de armadura tecnológica - na pele de Mickey Rourke (Sin City), em uma interpretação bem estranha - para enfrentar Tony Stark. Além da ótima apresentação de Don Cheadle (Hotel Ruanda) como Máquina de Combate, o restante do filme é facilmente esquecível. 

Um dos mais poderosos personagens do Universo Marvel finalmente ganhou sua adaptação cinematográfica em 2011, porém em um filme bem aquém do esperado. Em "Thor", Chris Hemsworth faz sua estreia como o deus do trovão, porém desprovido de seu martelo e de seus poderes por mais da metade da trama, o que tirou bastante a graça do filme - afinal, quem gostaria de ver uma história do Thor sem... Thor? Além de nos apresentar ao excelente Loki (Tom Hiddleston) e a incrível Asgard, pouco do filme pode ser realmente aproveitado.

Após a recepção negativa de "Homem de Ferro 2", a Marvel decidiu apostar em um novo diretor para liderar o terceiro filme do homem enlatado. Sai Jon Favreau, entra Shane Black. O resultado, porém, voltou a decepcionar. Apesar de boas cenas de ação - como a cena de resgate dos passageiros de um avião em pleno ar e a batalha final com dezenas de armaduras -, mais da metade do filme arrasta-se sem agradar muito. Isso sem falar do pior plot twist da história com o vilão do filme, o Mandarim.

Passado depois de "Os Vingadores", que teve Loki como o excelente vilão que serviu para justificar a criação da equipe, "Thor: O Mundo Sombrio" volta a unir os irmãos (adotivos) em uma nova aventura. Porém, apesar da boa atuação de Hemsworth (Thor) e Hiddleston (Loki), que parecem estar muito mais a vontade em seus personagens, o filme novamente decepcionou os fãs do deus do trovão devido a um vilão bem superficial que não honra em nada sua contraparte nos quadrinhos e um romance forçado que chega a ser irritante.

Depois de cada um seguir seu próprio caminho depois de "Os Vingadores", era chegada hora de unir novamente os Heróis Mais Poderosos da Terra, dessa vez para enfrentar o robô genocida Ultron, um dos maiores vilões dos quadrinhos. O resultado, porém, ficou abaixo do esperado, com um Ultron demasiadamente humanizado e piadista, que tirou todo o ar sério e ameaçador que o filme tentava transmitir. Salvo a introdução de novos personagens ao UCM - e, é claro, o tão esperado quebra-pau entre Hulk e Homem de Ferro -, o filme apenas diverte.

Os primeiros dez anos do UCM celebram também os dez anos do lançamento de "Homem de Ferro", filme que viria a definir o tom e a narrativa das próximas aventuras da Marvel no cinema. A escolha de dar o pontapé inicial com um herói mais "pé no chão" (sem poderes, que conta só com tecnologia e muito dinheiro) provou-se ser a certa. Além, é claro, do carisma e humor de Robert Downey Jr. como Tony Stark, que até hoje mantém sua relevância no Universo Marvel.

Personagem querido nos Estados Unidos, porém meio indiferente para o restante do mundo, o Capitão América ganhou seu primeiro filme solo logo antes da estreia de "Os Vingadores". Com um bom clima de época da Segunda Guerra e uma boa (e surpreendente) atuação de Chris Evans - que já havia interpretado o piadista Tocha Humana nos filmes do Quarteto Fantástico - como o bandeiroso, porém, qualquer dúvida sobre o personagem caiu por terra. Um dos melhores filme de origem que já tivemos nesses dez anos de Universo Cinematográfico Marvel.

Enfim, após os principais personagens serem introduzidos ao Universo Marvel em seus filmes solos ou participarem em pontas especiais - como foi o caso de Nick Fury, Viúva Negra e Gavião Arqueiro -, a equipe dos Heróis Mais Poderosos da Terra se reuniu em "Os Vingadores" para deter os planos de invasão e dominação de Loki. O resultado foi uma obra sem precedentes até então, com boas doses de diversão, humor, aventura, ação e tudo que mais que um filme de super-heróis precisa para alcançar o sucesso, sem deixar personagem algum de lado. Excelente.

Depois de mostrar a que veio em "O Primeiro Vingador" e liderar a superequipe contra uma invasão alienígena em "Os Vingadores", o Capitão América ganhou seu segundo filme solo - e que filme! Deixando de lado qualquer historinha boba e vilões megalomaníacos com planos simplistas, "Capitão América 2: O Soldado Invernal" entrou de cabeça em uma trama mais adulta, que discute a política norte-americana e a questão da vigilância, sem deixar de lado as ótimas cenas de ação e as merecidas homenagens à mitologia do personagem.

A introdução dos Guardiões da Galáxia, uma equipe alienígena praticamente desconhecida fora dos quadrinhos, ao Universo Marvel do cinema foi o passo mais ousado do estúdio que até então havia ganhado prestígio apenas com os filmes de seus personagens mais queridos e conhecidos. A recepção, porém, não poderia ter sido mais positiva: um elenco talentoso e personagens cativantes, uma excelente trama e trilha sonora impecável fizeram de "Guardiões da Galáxia" um enorme sucesso e expandiu ainda mais o UCM.

Muitos fãs se perguntaram, à época do lançamento de "Os Vingadores", onde estariam o Homem-Formiga e sua esposa, a Vespa, ambos fundadores da equipe original nos quadrinhos. A introdução desses personagens ao UCM aconteceu somente três anos depois do filme da superequipe, em "Homem-Formiga". Com algumas diferenças em relação a sua contraparte nas HQs, o herói (interpretado por Paul Rudd) ganhou um filme bastante leve e divertido, que surpreendeu positivamente grande parte do público e crítica, que até então não botavam muita fé no minúsculo personagem.

Após dois filmaços de sucesso, as expectativas para o terceiro filme solo do Capitão América estavam nas alturas. E não era para menos, afinal, o longa adaptaria para as telonas uma das sagas mais famosas dos quadrinhos, Guerra Civil. Reunindo praticamente todos os personagens que haviam sido introduzidos até então em uma trama séria, onde heróis foram colocados uns contra os outros, o filme marcou uma ruptura na equipe que teria consequências nos próximos longas. Além disso, a tão esperada introdução dos personagens Pantera Negra e Homem-Aranha ao UCM contribuiu para o sucesso do filme.

Depois de ousar com "Guardiões da Galáxia" e "Homem-Formiga", foi a vez de outro personagem bastante desconhecido do grande público fazer sua estreia no UCM. Em "Doutor Estranho", o médico lesionado Stephen Strange (Benedict Cumberbatch, em uma atuação digna) traz a magia e o misticismo ao Universo Marvel de uma forma bastante natural e divertida, apesar da escolha do vilão Kaecilius (Mads Mikkelsen) ter se mostrado um pouco insossa. O resultado disso é um filme cheio de cenas e efeitos de tirar o fôlego do espectador e o enriquecimento desse já vasto universo cinematográfico.

Depois de um primeiro filme surpreendente, a equipe de heróis (ou seriam "foras-da-lei"?) intergalácticos mostrou mais uma vez a que veio em uma sequência de aplaudir em pé. Dessa vez, é explorado o passado de Peter Quill (Chris Pratt), que enfim conhece seu pai, Ego. Com uma trama bastante focada na paternidade e na família, "Guardiões da Galáxia Vol. 2" é um filme divertido e emocionante, que mais uma vez resgata músicas oitentistas para compor sua trilha sonora fenomenal, que casa perfeitamente com os mais diversos momentos do filme.

Depois de uma rápida, mas significativa participação em "Capitão América: Guerra Civil", foi a vez do teioso mais amado da editora ganhar seu filme solo, desta vez pelas mãos da própria Marvel, que há anos havia vendido os direitos dos filmes do personagem à Sony. Em "Homem-Aranha: De Volta ao Lar", o jovem ator Tom Holland encarna um Peter Parker mais fiel ao quadrinhos, com todas sua nerdice, timidez e insegurança. O vilão Abutre, interpretado pelo veterano Michael Keaton, também surpreende e rende ótimas cenas de ação. Ponto positivo para a Marvel!

Depois de dois filmes que não foram bem recebidos por crítica ou público, a Marvel decidiu apostar em um novo formato para o terceiro filme solo do deus do trovão. Abandonando todo o clima sombrio e exageradamente sério que marcou seus antecessores, "Thor: Ragnarok" apostou no humor e nas cores vibrantes para dar uma nova cara ao personagem - e deu muito certo! Nas mãos do competente diretor Taika Waititi, Thor ganhou uma aventura a sua altura, junto com o "colega de trabalho" Hulk e com uma vilã realmente ameaçadora interpretada pela sempre competente Cate Blanchett, já preparando o terreno para o próximo longa dos Vingadores.

Já na contagem regressiva para o aguardado "Vingadores: Guerra Infinita", foi a vez de outro personagem que havia apenas feito uma participação em "Guerra Civil" ganhar seu filme solo. E o resultado não poderia ter sido melhor. Nas mãos do diretor Ryan Coogler (Creed: Nascido Para Lutar), "Pantera Negra" foi um sucesso de pública e crítica ao se aprofundar na mitologia do primeiro super-herói negro dos quadrinhos, lá nos idos de 1962. Visualmente, o filme é impecável, com ótimas batalhas e grandiosas cenas do país africano secreto de Wakanda, lar do personagem. Mais uma para a (já gorda) conta da Marvel.

Depois de uma jornada de dez anos, em que cada passo dado teve o objetivo de nos levar mais perto de um grandioso clímax, estreia "Vingadores: Guerra Infinita". Na nova aventura, a equipe, com o auxílio do Guardiões da Galáxia, precisa enfrentar seu derradeiro inimigo, o titã Thanos (Josh Brolin), que desde o primeiro "Vingadores" vinha mexendo os pauzinhos (quase) secretamente para conquistar seu objetivo supremo: colocar as mãos no poder das Joias do Infinito - que desde o primeiro "Capitão América" tem dado as caras no Universo Marvel. O resultado é um longa ambicioso, com cenas de ação grandiosas, momentos dramáticos marcantes e todos os outros elementos que tornaram o UCM tão conhecido e amado pelo púbico.