Dicas de leitura: melhores livros para todo homem ler em 2018 Para o homem que não dispensa uma boa leitura, listamos alguns dos melhores livros para você levar 2018 da melhor forma: lendo! gplus
   

Dicas de leitura: melhores livros para todo homem ler em 2018

Para o homem que não dispensa uma boa leitura, listamos alguns dos melhores livros para você levar 2018 da melhor forma: lendo!

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Já explorei aqui no AreaH minha paixão por livros, montando listas pontuais com dicas para nossos leitores economizarem tempo e dinheiro: para os que gostam do riscado (ou quiserem ser haters mesmo), dêem uma olhada aqui e na lista de 2017.

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Então, para mais este ano que se inicia, não poderíamos deixar de destacar algumas opções de boa leitura para você investir bem seu tempo neste 2018. Afinal, como afirmou o escritor e dramaturgo inglês Oscar Wilde: “Não existem livros morais ou imorais. Os livros são bem ou mal escritos."

#1. Pra quem gosta de ficção: Assombro (Um Romance de Histórias), de Chuck Palahniuk

Imagine um retiro de escritores cujo objetivo é afastar estas pessoas dos seus problemas e afazeres diários, por 90 dias, para deixar a mente preparada para a criação de uma obra-prima literária. Como num reality show do século XXI, 18 indivíduos, com apelidos pra lá de estranhos (como Lady Mendiga e São Sem-Pança), vão entrelaçando suas histórias pessoais (nada comuns) com a convivência nesta casa à la BBB, na busca pela obra artística de suas vidas. Sendo mais um livro de Palahniuk, o criador do majestoso Clube da Luta, não dá para esperar temperos diferentes de violência, humor negro, sexo e bizarrices.

#2. Pros amantes de economia: Juros, Moeda e Ortodoxia, de André Lara Resende

Lançado em 2017, o mais novo livro de André Lara Resende, respeitado economista brasileiro, traz ensaios referentes ao que há de mais atual em teoria macroeconômica. Através dele, passamos a entender melhor temas bastante discutidos no Brasil, como déficit fiscal – e suas implicações em variáveis como inflação, taxa de juros e nível de emprego. De toda forma, faço a ressalva: parte dos ensaios é bastante teórica, incluindo boa dose de explicações de fórmulas matemáticas, o que pode deixar a leitura menos fluida para quem não está habituado às mesmas.

#3. Pra quem é chegado em um clássico: A Revolução dos Bichos, de George Orwell

Até hoje me pergunto porque demorei tantos anos para ler esta verdadeira obra-prima do famoso escritor inglês! Provavelmente menos conhecida do que 1984 (outro retumbante clássico de Orwell), A Revolução dos Bichos é, como o próprio autor descreve no prefácio da edição de 1947, um “conto de fadas”, que ilustra muito bem as questões e problemas de uma economia centralizada. É uma crítica aberta – e de estilo irretocável – ao modelo político-econômico adotado pelo comunismo russo, em que uma minúscula elite dita as regras de toda uma nação. No conto de Orwell, esta elite é constituída pelos porcos, com destaque para Napoleão, cópia suína de Stálin. O enredo se desenrola a partir do momento em que os animais da Granja do Solar decidem se rebelar contra seu dono humano criando uma democracia dos bichos que, em pouco tempo, se transforma em uma grande ditadura em que “todos os animais são iguais, mas uns são mais iguais que outros” (no caso, a classe suína).

#4. Política: Delatores, de Joice Hasselmann

A jornalista paranaense percorre os principais nomes da operação Lava Jato, mostrando como as delações premiadas de figuras conhecidas, como Marcelo Odebrecht e Eike Batista, terminaram deflagrando o que se convencionou chamar de “maior escândalo de corrupção da história da humanidade”. O livro remonta ao primeiro delator do caso, Hermes Magnus (do Paraná), culminando com Joesley Bastista e “a delação mais questionada da história.” Ajuda o leitor a entender melhor o contexto e a “teia” de corrupção que se armou no Brasil.

#5. Uma não-ficção tupiniquim: 3.000 Dias no Bunker, de Guilherme Fiuza

O livro que serviu de base para o filme de 2017 Real – O Plano por Trás da História conta, de forma romanceada, como um grupo de ilustres economistas brasileiros (boa parte egressos da PUC do Rio de Janeiro), sob a liderança do então Ministro da Fazenda, FHC, gestou o que veio a ser conhecido como Plano Real – indubitavelmente, a melhor tentativa, na história do país, de estabilizar a moeda. 3.000 Dias no Bunker tem como foco um dos integrantes deste seleto grupo, Gustavo Franco, talvez o mais irascível e mesmo pedante participante, que culmina como Presidente do Banco Central do Brasil. E mostra o tortuoso caminho que teve de ser percorrido por esta turma para conseguir, finalmente, tirar o país de um ciclo hiperinflacionário crônico. Ao longo do ano incrementaremos esta lista com novas opções.

#6. (Mais um) clássico de cunho político: 1984, de George Orwell

Obra-prima do autor inglês, considerei 1984 uma versão mais madura e densa de “A Revolução dos Bichos” (vide acima). Escrito pouco antes da morte de Orwell (1949 – o que explica que o futuro de 1984 fosse algo distante à época), este clássico é mais um exemplo de distopia – na linha de “Admirável Mundo Novo” e “Laranja Mecânica”, por exemplo – mostrando um futuro tecno-burocrático altamente cinzento. Em diversas oportunidades, 1984 é considerada uma crítica direta do autor ao comunismo russo de Stálin, mas minha leitura é de que pode ser tratada como uma ácida análise de qualquer governo totalitário, seja ele de direita ou esquerda (contexto do pós-guerra em que o autor vivia). O enredo vai se desdobrando a partir da história particular de Winston Smith, um cidadão mais do que comum, mas que reluta em aceitar as regras e controles impressos pelo Partido: o governo central que tudo vê (através de teletelas à la Big Brother) e tudo decide (chegando até a criar um novo idioma, a Novafala). Mais um pra série “Por que não li este livro antes?”

#7. Do livro para as telonas: Forrest Gump, de Winston Groom

Antes de tudo, confesso que desconhecia o fato de que o sucesso estrelado em 1994 por Tom Hanks tivesse um roteiro adaptado de obra literária. E, para os que já curtiram o filme ganhador de diversos Oscar (meu caso), estou seguro de que o livro será uma surpresa das mais gratas. A história do idiot savant Forrest Gump ilustra como um cara absolutamente limitado, que mal consegue amarrar seu sapato, tem uma vida gloriosa e cheia de aventuras, conhecendo diversos presidentes dos Estados Unidos e até o líder chinês Mao (apenas para dar alguns poucos exemplos). Gump pode ser considerado a antítese do herói americano, mas encanta o leitor por sua inocência, gentileza e superação em cada “aventura” – que ele conta como se fosse uma história qualquer. Vale notar que livro e filme (que decidi rever, anos depois) tem caminhos e características bastante diferentes. No fundo, a obra das telonas bebe na fonte do livro de Winston Groom, mas adapta o roteiro por todo caminho.

E, para os que desejarem deixar seus “pitacos”, escrevam para Rodrigo@AreaH.com.br. São todos muito bem-vindos.


Rodrigo Moreno