Entrou água, e agora? De janeiro a março as chuvas castigam as cidades. Veja dicas de como se comportar caso pegue uma enchente com o carro gplus
   

Entrou água, e agora?

De janeiro a março as chuvas castigam as cidades. Veja dicas de como se comportar caso pegue uma enchente com o carro

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Antes de tudo é importante deixar bem claro que grande parte das seguradoras não cobrem danos causados por “acidentes naturais” e por “irresponsabilidade do proprietário”, ou seja, se você colocar seu carro dentro da água está assumindo o risco que ele pode apresentar problemas e panes e sua seguradora pode não pagar pelo prejuízo. Pense duas vezes antes de se arriscar por vias alagadas.

O verão é a época do ano mais esperada e comemorada. Festas de fim de ano e carnaval deixam a estação ainda mais especial. Porém, também é a época que mais chove no país. As águas de março deixam para trás muitas perdas tanto pessoais quanto materiais, e não é raro estarmos dirigindo e nos depararmos com ruas totalmente aladas. Antes de colocar o carro para “nadar”, é bom seguir algumas dicas.

Todo carro sai de fábrica com especificações quanto ao nível de água que é capaz de atravessar. Consulte no manual do proprietário do seu veículo para saber até onde a montadora indica que é seguro encarar alagamentos. O maior risco de quebra em enchentes é que o carro admita água ao invés de ar para a mistura da queima do combustível. Caso isso aconteça o bloco do motor do veículo ficará seriamente avariado. Esse problema é chamado de “calço hidráulico”. O concerto de uma quebra dessas vai requerer a troca de uma quantidade considerável de peças do motor do veículo e não é nada barato. “Para evitar o calço hidráulico o motorista deve entrar com cautela na água, sempre devagar para que a água não suba no capô”, alerta Tiago Pavese, jipeiro diretor da oficina Murari 4x4. Carros rebaixados nunca devem entrar em enchentes.


É importante ficar atento aos carros que vão à frente atravessando os alagamentos. SUV’s e carros altos tendem a atravessar mais quantidade de água, pois sua engenharia privilegia a admissão de ar em partes altas no cofre do motor, além de terem a suspensão mais elevada. Outro fator que os ajuda é que eles podem ter tração nas quatro rodas, o que facilita ainda a locomoção com mais estabilidade. Caso seu carro tenha sistema de diferencial blocado, é uma boa hora de acioná-lo. Alguns importados trazem consigo um botão chamado “Winter” ou “Snow”, com a  função de ajudar o carro a atravessar a neve, em todo caso, ele também faz o diferencial blocar, ou seja, tem o mesmo tipo de uso de um carro da Fiat com a função Locker, por exemplo.

Não é indicado que se aventure em enchentes, a não ser numa emergência extrema, pois a chuva pode encobrir bocas de lobo e bueiros, sem falar em buracos grandes que podem se formar, em alguns casos com, podem engolir boa parte do veículo. Pedaços de madeira ou animais mortos também podem ser um problema. Ou seja, caso esteja numa via e ela comece a alagar, saia o mais rápido possível em busca de ruas mais altas. “Se não tiver jeito e tiver que atravessar alagamentos, ande sempre pelo meio da rua, pois é a parte mais alta e os bueiros geralmente ficam nas laterais”, explica Pavese.

Nunca entre rápido em áreas alagadas, pois o carro pode aquaplanar e o risco de acidente num caso desses é alto. Não deixe de acelerar o carro, mantenha-o sempre a mais de 2.500 rotações por minuto, controlando-o na embreagem. Dê atenção à tração e não à velocidade. Use a primeira marcha enquanto estiver dentro d’água. Carros automáticos devem ter a alavanca de câmbio posicionada em L. Pavese também alerta sobre a estabilidade: “Se a água estiver até a metade do pneu, o carro estará 100% estável, agora se começar a cobrir as rodas o carro pode sentir alguma instabilidade. Entrar água no habitáculo é normal, é preciso manter a calma para sair da situação o quanto antes”.

Mas tem casos que não tem jeito. Caso o veículo morra durante a travessia, não tente dar a partida novamente, isso só vai agravar o problema. Desligue o motor e todos os dispositivos elétricos que possam estar ligados como o rádio ou GPS. Se for descer do carro, tome muito cuidado porque a enxurrada pode te derrubar e arrastá-lo. Nunca se arrisque a querer atravessar áreas com rios próximos, como a Av. Aricanduva ou Marginal Tietê, em São Paulo, se uma enxurrada é perigosa, a força das águas de um rio nunca devem ser desafiadas.

Em último caso, se não tiver mais jeito e você notar que o carro começou a flutuar para ser levado pelas águas, especialistas recomendam que se abram as portas do carro e deixe a água entrar. O prejuízo financeiro será dolorido, mas você não será tão facilmente arrastado. Principalmente se sua solução seja ir para o teto do carro, essa é uma boa maneira de dificultar que o carro saia boiando.