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Tudo o que você precisa saber sobre o Tesouro Direto

Quer investir mas não sabe como? Conheça o Tesouro Direto, modalidade de investimento mais segura e rentável dos últimos anos

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Nos últimos anos, muitos brasileiros passaram a se interessar pelas mais variadas modalidades de investimentos: CDB, LCI, ações, debêntures e etc. Cada tipo apresenta uma característica diferente e, consequentemente, riscos. No entanto, há um que, além de ser rentável, é muito mais seguro – no sentido de perder ou ganhar dinheiro – que os outros: o Tesouro Direto. 


O Tesouro Direto é um programa criado pela Secretaria do Tesouro Nacional (STN) em parceria com a Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia (CBLC), sendo uma importante e segura alternativa de investimento para Pessoas Físicas. O objetivo do Governo em oferecer esta modalidade de investimento é financiar sua dívida através da emissão desses títulos, pagando um rendimento de acordo com o prazo ou título escolhido pelo investidor. “O Brasil tem garantias para emitir esses títulos, então o risco é quase nulo. Hoje, os fundos de investimentos de renda fixa dos bancos possuem mais de 90% em títulos públicos (Tesouro direto) devido ao grau de segurança. O risco seria de o governo não pagar esta dívida (risco de crédito), que é baixo”, explica André Santos, Educador Financeiro da DSOP, especialista em investimentos pela ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro) e membro da Abefin (Associação Brasileira dos Educadores Brasileiros). 

Para, primeiramente, investir no Tesouro, é preciso que a pessoa tenha CPF (Cadastro de Pessoa Física) e esteja cadastrada em um banco ou corretora de investimento habilitadas a operar o Tesouro Direto. Esses operadores habilitados são chamados agentes de custódia. A partir disso, a pessoa tem acesso aos títulos disponíveis no Tesouro Direto e seus vencimentos, podendo programar as compras dos títulos mensalmente.

Para saber qual o tipo de investimento é melhor para o seu bolso, é importante saber que os títulos são divididos em duas categorias: os prefixados, que têm o rendimento anteriormente definido, e o pós-fixado, com rentabilidade associada a algum índice que pode oscilar conforme mudanças de cenário (como a inflação ou Selic, por exemplo). Veja quais são os modelos de cada um e como funcionam:

- TESOURO PREFIXADO. Com este título, o investidor já sabe na hora de investir qual juros (rendimento) receberá no final do período da aplicação. 

- TESOURO PREFIXADO COM JUROS SEMESTRAIS. Possui rentabilidade definida no momento da compra e, além disso, semestralmente realiza o pagamento dos rendimentos.

- TESOURO SELIC. Título com rentabilidade diária vinculada à taxa de juros do mercado (Selic) e depende da variação desta taxa. Se os juros subirem, a tendência é que a remuneração seja maior e se caírem, menor.

- TESOURO IPCA +. Títulos com rentabilidade vinculada ao Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, acrescido de uma taxa de juros adicional predefinida. Há também uma opção deste título com pagamento de juros semestrais chamado de Tesouro IPCA com Juros Semestrais, que por sua vez paga rendimentos semestrais e no vencimento (principal).

É importante que o prazo do título esteja relacionado com seu objetivo para a aplicação. Se estiver juntando dinheiro para comprar uma casa ou se aposentar, por exemplo, prefira títulos com prazos de vencimento mais longos (IPCA+ e Prefixado). Assim, é possível conseguir uma rentabilidade mais elevada. Mas evite títulos longos se o saque do dinheiro estiver programado para daqui a poucos meses porque, quando resgata um papel antes do vencimento, o investidor corre o risco de amargar perdas.

Os investimentos no Tesouro Direto deverão ser sempre múltiplos de 0,01 título, ou seja, 1% (um por cento) do valor de um título, já descontando as taxas de serviços cobradas. Contudo, a aquisição da fração de um título não poderá ficar abaixo de R$ 30. Isto significa que se o preço do título for tal que 1% (um por cento) do preço seja inferior a R$ 30, não será possível realizar a compra. Já o limite máximo de aquisição por investidor é de R$ 1.000.000 (um milhão de reais) por mês. Este limite não deve ser considerado para cada título separadamente, mas sim para a carteira de títulos adquirida pelo investidor durante o mês.

Segundo Santos, aplicar periodicamente e verificar sempre os custos de corretagem e custódia cobrados por instituições financeiras e corretoras é a maneira mais rentável de fazer dinheiro com o Tesouro Direto. “As corretoras independentes normalmente possuem menores taxas, o que resulta em maior retorno no médio e longo prazos. No site do Tesouro Direto é possível encontrar as instituições habilitadas, ordenadas pela taxa que cobram”, afirma o educador financeiro.

Para quem quer saber em qual tipo de Tesouro Direto aplicar, Santos novamente explica: “O Tesouro Selic é o mais simples dos títulos e indicado para sonhos de curto prazo, como a compra de um celular, por exemplo. Já o Tesouro IPCA+ e Tesouro Prefixado pode ser destinado para os sonhos de médio prazo, como uma viagem internacional, e também de longo prazo, como aposentadoria ou independência financeira. No caso dos sonhos de longo prazo, Tesouro IPCA+ e Tesouro IPCA + com Juros Semestrais são excelentes opções”. 

Mas, caro, leitor, nem tudo são flores. O Governo e o banco come uma fatia do seu investimento, dependendo da modalidade. “O investidor tem como custo apenas duas taxas, a taxa de custódia cobrada pela BMF&BOVESPA (0,30% ao ano) e a taxa da instituição financeira (que pode variar de 0% a 2%, dependendo do banco ou corretora, ambas cobradas sobre o volume aplicado. O Imposto de Renda também se aplica sobre o lucro da aplicação e com alíquotas regressivas, por tanto, fique atento”, alerta.

QUAIS OS PONTOS NEGATIVOS?

A garantia da rentabilidade acordada na hora do investimento diz respeito apenas ao dia do seu vencimento. Além da tributação do Imposto de Renda e do IOF (para aplicações com prazo inferior a 30 dias), o investidor terá outros custos. Ao comprar um título é cobrada uma taxa de negociação de 0,10% sobre o valor da operação, entre outras taxas. 

QUAIS OS PONTOS POSITIVOS?

A vantagem dessa aplicação, em comparação a outras, é o fato dela ser uma das poucas que se enquadram facilmente nos planos de quem investe, isto é, curto, médio e longo prazo. Porém, mesmo assim são necessárias simulações e planejamento. Lembrando ainda que mais importante do que investir é poupar, pois essa é a forma de garantir os melhores ganhos.


Nathalia Marques