Roupas para homens: o problema da padronização P, M, G As atuais medidas de roupas são um problema para muitos homens que não se encaixam no padrão surgido durante a 2ª Guerra gplus
   

Roupas para homens: o problema da padronização P, M, G

As atuais medidas de roupas são um problema para muitos homens que não se encaixam no padrão surgido durante a 2ª Guerra

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O problema não é novo e muito menos raro. Quantas vezes você, ao comprar roupas, já se decepciou por não encontrar peças que servissem? O principal obstáculo costuma ser os tamanhos, que dificilmente servem perfeitamente em alguém. Esse problema tem origem na medida usada para criar o padrão de tamanho das roupas. 

Para entender melhor isso, o AreaH entrevistou o empresário americano do setor de roupas masculinas Kevin Flammia, fundador e CEO da RFM Clothing, que estudou o assunto para inovar seu trabalho.  

"A Segunda Guerra Mundial foi a primeira vez em que os militares procuraram tirar vantagem da produção em massa de roupas para vestir os soldados em uniformes padronizados. Daí veio a necessidade de limitar a quantidade de variações", explica Kevin. 

A tarefa que o exército americano tinha em mãos, de vestir e equipar o grande contingente de soldados, não tinha qualquer precedente ou procedimento planejado. Os dados da Primeira Guerra eram inúteis devido às diferenças do vestuário básico.

No primeiro registro, com homens dos 21 aos 25 anos de idade, foi necessário consultar redes de lojas de roupas para descobrir o tamanho das peças que eram vendidas aos americanos nessa faixa etária, o que se mostrou um excelente passo inicial.

Porém, em janeiro de 1942, foi necessário fazer uma nova mudança no tamanho das roupas dos soldados devido à alteração da idade mínima de recrutamento para os 18 e da máxima para os 35 anos. As 75 maiores instituições de ensino do país foram procuradas para obter informações sobre o tamanho das roupas utilizadas pelos estudantes dentro dessa faixa.  As novas informações resultaram no aumento dos tamanhos menores e da diminuição dos tamanhos maiores dos uniformes militares. 

Para que mudanças não precisassem ser feitas a cada novo recrutamento, decidiu-se encontrar tamanhos padrões universais que pudessem ser alterados facilmente através da proporção das peças. Os resultados passaram a ser aplicados na fabricação de roupas desde então e a indústria se baseia neles até hoje. 

"Se é necessário criar roupas maiores, as medidas são aumentadas proporcionalmente, enquanto o processo inverso é realizado para a produção de roupas menores. As características pessoais de cada indivíduo, como altura e peso, não são levadas em consideração em nenhum momento.", termina Kevin. Isso torna difícil para um homem alto e magro se sentir confortável em uma camiseta, por exemplo, pois ela sempre será mais larga do que o necessário. O mesmo problema pode ser observado no oposto: homens baixos e gordinhos só encontrarão roupas apertadas.

No momento, não há nenhuma marca dominante no mercado que foque no desenvolvimento de roupas especificamente para o segmento de pessoas altas e magras e pessoas baixas e gordas. 

Uma das soluções mais buscadas para resolver isso são os ajustes. Ainda que úresolvam o problema imediato, é uma opção que desagrada muitos homens por exigir um gasto maior e ainda ser necessário repetir o procedimento a cada peça nova comprada, o que pode comprometer tanto qualidade quanto o design e o estilo das roupas.


Luis Carvalho