Alopécia androgênica. É esse o nome de um dos piores golpes que a genética pode dar na autoestima de um homem: a calvície.
Como brinca o nadador, comentarista esportivo e, é claro, careca, Fernando Scherer, “não adianta correr, ele vai cair”. E é isso mesmo! A Dr. Jackleline Mota, coordenadora do Departamento de Cabelos da Sociedade Brasileira de Dermatologia, explica que, apesar dos tratamentos apresentarem resultados satisfatórios, não é possível evitar a calvície porque existe uma predisposição genética.
Então, se não podemos vencê-la, o que fazer, além de nos adaptarmos?
Assuma! Você tem um “problema”
Marcus Vinicius Brito da Costa, presidente do Clube dos Carecas, dá a letra: assumir o “problema” e procurar um médico é a primeira coisa a fazer.
A calvície pode se iniciar logo após a puberdade, quando o corpo começa a produzir testosterona, fica mais evidente entre os 25 e 30 anos. O que acontece é que, nas pessoas com disposição genética à calvície, a testosterona, ao atingir o couro cabeludo, sofre a ação da enzima 5-alfa-redutase, sendo transformada em DHT. E é justamente a DHT que vai agir nos folículos responsáveis pela produção de pelos, “promovendo a diminuição progressiva a cada ciclo de crescimento dos cabelos, que vão se tornando menores e mais finos”, explica Dr. Jackeline. Por isso os tratamentos de prevenção devem ser iniciados o mais cedo possível. Os tratamentos à base de finesterida, por exemplo, agem inibindo a 5-alfa-redutose.
Quem opta por dispensar o tratamento, devido aos efeitos colaterais desanimadores, pode escolher entre disfarçar ou delcarar de vez a careca brilhante.
Evite disfarces exagerados
Quem que escolhe disfarçar, atitude compreensível, deve tomar cuidados. A consultora de imagem Patrícia Nerbass avisa: “Ao deixar os fios em um comprimento maior, com a intenção de cobrir a maior parte possível da cabeça ou de fazer divisórias que cubram apenas uma parte, só estará chamando a atenção para a sua calvície, pois o disfarce nunca será perfeito. Portanto, mantenha o corte em dia e evite aquele contraste entre parte da cabeça com cabelo comprido e a outra parte sem nenhum.”
Marcus Vinicius faz coro com Patrícia, mas também alerta para o cuidado na hora de escolher uma prótese capilar ou peruca, se for de má qualidade, você pode virar motivo de piadas bem mais cruéis do que as de careca. Mas defende duas alternativas: “Boné é um bom aliado. Não pelos outros, mas por você; faz você se sentir melhor. Tem também sprays que disfarçam calvícies leves e médias.
Levante a bandeira
Como você já viu, tentar disfarçar jogando o cabelo restante por cima das falhas não é uma alternativa. Então, quem não quer disfarçar ou optar pelo implante só tem uma opção: tesoura.
“A maneira mais elegante de lidar com a calvície é mantendo os fios de cabelo que restam cortados em comprimento bem curto ou raspando a cabeça”, garante Patrícia.
Marcus Vinicius, calvo desde os 20 anos, assume que decidir raspar mudou sua vida: “Parece que renasci! Aumentou minha confiança e, consequentemente, meu desempenho com as mulheres”.
Scherer é outro. Apesar de ter raspado a cabeça pela primeira vez aos 18 anos, por causa do vestibular, e continuado por causa da natação, o atleta revela que até tentou lutar um pouco contra a calvície - fez um tratamento por dois meses com xampu de menta -, mas acabou por assumir a careca mesmo. Dezoito anos depois, Scherer já se acostumou e apesar de não gostar quando uma gota d’água cai na cabeça e escorre direto para rosto, brinca: “Se cabelo fosse bom, não nasceria no... pé.”
Cuide do corpo e do vestuário
Homem calvo geralmente aparenta ser mais velho, então cuide do corpo e do vestuário. Os rapazes do Clube dos Carecas investem na aparência, com conselhos das mulheres de sua vida, namoradas, irmãs, amigas.
Clube dos Carecas - Fundado pelos amigos Marcus Vinicius Brito da Costa, Luiz Claudio de Almeida e Nelson Corban Armando, que viram a necessidade de um endereço que reunisse informações sobre o tema.
