As ultramaratonas mais extremas do mundo Provas são realizadas em montanhas, desertos de areia e de gelo. Algumas ultramaratonas chegam a durar dias gplus
   

As ultramaratonas mais extremas do mundo

Provas são realizadas em montanhas, desertos de areia e de gelo. Algumas ultramaratonas chegam a durar dias

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Esporte é superação. Treinar até a exaustão e tentar ultrapassar os próprios limites a cada dia é algo comum entre os atletas profissionais. Mas, quando falamos de ultramaratonas, mesmo aqueles que não fazem do esporte sua profissão devem passar por um longos períodos de preparação para, pelo menos, conseguir terminar a prova.

Passar por trilhas, montanhas, desertos, suportar temperaturas extremas, e correr por dias com calos e bolhas nos pés são só alguns empecilhos de quem resolve se aventurar em uma das corridas mais extremas do mundo.

Pode parecer coisa de louco, mas elas exigem imensurável controle mental. Confira algumas das ultramaratonas mais difíceis do planeta.

The Antarctic 100k
Correr por 100 quilômetros a uma temperatura média de -20°C é o desafio que o ultramaratonista encontra na Antártica. Mas não é só isso. Durante o percurso, o corredor tem que enfrentar ventos fortes e respirar o ar de um dos lugares mais secos do planeta.

Na corrida, a paisagem é monótona. Branca e com algumas montanhas. Às vezes aparece um ponto de parada para os atletas reabastecerem suas energias e voltarem a correr. Mais nada.

O tempo de prova varia muito de acordo com as condições climáticas do dia. O recorde atual recorde é de 2015, quando o irlandês Keith Whyte percorreu os 100 quilômetros em 9h26m02s. A diferença entre Whyte e o último corredor a cruzar a linha de chegada foi de quase 15 horas.

Atacama Crossing
O Atacama Crossing ocorre no Deserto do Atacama, no Chile. A prova tem duração de sete dias e cerca de 250 quilômetros são percorridos pelo competidor - tudo isso com uma pesada mochila nas costas, onde são guardados os suplementos para a longa jornada.

Antes mesmo de começar a prova, os competidores sabem que as bruscas variações climáticas serão um desafio. Pela manhã o calor pode chegar aos 46°C e, durante a noite, o frio é de 6°C. Ao longo dos 250 quilômetros, a natureza pode se revelar ainda mais traiçoeira. Diferente da Antártica, no Deserto do Atacama a paisagem varia bastante e, consequentemente, os obstáculos também. Subir e descer montanhas, atravessar rios e dar muitas, mas muitas, passadas sob a areia quente são algumas das dificuldades a serem superadas no Atacama Crossing.

The Dragon’s Back Race
Que tal atravessar 292 quilômetros de montanha durante cinco dias? Essa é a proposta da Dragon’s Back Race. Ao todo, o ultramaratonista sobe cerca de 16 mil metros, o equivalente a quase dois Montes Everestes – haja panturrilha! Não à toa, o nome da prova faz referência às costas de um dragão

O evento ocorre anualmente no País de Gales. Como na maioria das provas que envolvem montanhas, a prova proporciona paisagens de tirar o fôlego. Entretanto, é bom manter toda a atenção no percurso, já que qualquer deslize pode ser o último, dependendo do trecho.

O trajeto não é claramente delimitado e os corredores devem levar consigo um mapa para se localizar. Além disso, eles também carregam uma mochila com os suprimentos que vão precisar durante os dias de corrida.

Badwater 135
Imagine percorrer, de uma só vez, 217 quilômetros em uma das regiões mais quentes dos Estados Unidos. Certamente será uma missão dura e muito exaustiva. Até por isso, seus organizadores classificam a Badwater 135 como a corrida mais desgastante e extrema do mundo.
Só o nome do lugar onde a prova inicia já é assustador: Death Valley, o Vale da Morte, localizado na Califórnia. Esse é o lugar mais baixo de todo os Estados Unidos. São 85 metros a baixo do nível do mar. Mais fundo é praticamente impossível. Para o sofrimento das pernas, a linha de chegada fica a 2530 metros acima da linha do mar. Ao fim da prova, o corredor terá subido 4.450 metros e passado por três montanhas.

Self-Transcendence 3.100 Mile Race
Digna de Forest Gump, a mais longa ultramaratona do mundo dura 52 dias! Durante esse tempo, os competidores correm das 6h à meia-noite todos os dias. Para conseguir completar as 3.100 milhas (quase 5 mil quilômetros) da prova, eles precisam correr 59.6 milhas por dia, o que dá mais de duas maratonas!

A prova é realizada anualmente em Nova York e o percurso se restringe a um quarteirão do distrito de Queens, onde os competidores correm em círculos.

O nome da prova, que em português significa auto-transcendência vem da filosofia de seu criador, Sri Chinmoy, que acreditava que o “segredo supremo” é buscar ir além das próprias capacidades.

O atual recordista da prova é o finlandês Ashprihanal Pekka Aalto, que em 2015 concluiu a prova em 40 dias 9h06m21s. Após o vencedor ser definido, os outros competidores continuam correndo até alcançar as 3.100 milhas ou o 52° dia de prova chegar ao fim.

 


Guilherme de Souza Guilherme