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Congonhas: primeiro acidente com avião da TAM foi 'divisor de águas'

28/10/2016 00:00

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Às vésperas de completar 20 anos, o primeiro acidente com um avião da TAM em Congonhas foi um divisor de águas na aviação brasileira, segundo familiares de mortos.

O Fokker 100 que decolou do aeroporto na Zona Sul de São Paulo na manhã do dia 31 de outubro de 1996, rumo ao Rio de Janeiro, levou 24 segundos para atingir o asfalto na região do Jabaquara. Foi constatado um problema no reversor - sistema de freio usado no pouso - que causou a perda de velocidade e sustentação.

Além dos 99 mortos, o acidente deixou mais vítimas, afirma Sandra Assali, esposa de um passageiro: “Ficaram mais de 60 crianças menores sem pais”. 


Avanços e retrocessos


Diante das dificuldades depois do acidente, parentes se reuniram e fundaram a Associação de Familiares de Vítimas de Acidentes Aéreos. Eles chegaram a ir aos Estados Unidos para firmar acordos com a fabricante da peça que apresentou defeito e, após longas batalhas jurídicas, a última família foi indenizada em 2001. 

Em âmbito nacional, a pressão deixou como legado a criação de protocolos e o entendimento de que a expectativa de vida e as condições financeiras da vítima devem ser levadas em conta no cálculo do valor a ser indenizado. 

No entanto, o procurador de Justiça Luiz Antonio Guimarães Marrey, que era o chefe do Ministério Público de São Paulo na época, vê retrocesso nas mudanças da legislação referente à investigação dos acidentes. Segundo ele, o acesso a dados nas apurações da Aeronáutica foi limitado em nome do incentivo a colaborações.

Dos 99 mortos, 90 eram passageiros. Também morreram seis tripulantes e três pessoas que estavam em imóveis atingidos pelo avião.

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