gplus
   

SP: Jockey Club e Campo de Marte devem virar parques

28/10/2016 00:00

Confira Também

O prefeito eleito João Doria (PSDB) planeja transformar o Jockey Club de São Paulo e o Campo de Marte em novos parques municipais. A ideia é negociar a abertura de ao menos parte dos espaços à população, paralelamente à realização de corridas de cavalo e à operação de heliponto. Após viabilizada, a gestão de ambos os equipamentos será repassada à iniciativa privada, por meio de concessão.

No primeiro caso, o tucano pretende colocar o negócio de pé com base em uma proposta de abatimento da dívida de Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) que o Jockey tem com a cidade. Segundo a instituição, o débito é estimado hoje em R$ 80 milhões. No segundo, o plano projeta um acordo com a União para devolução de uma porção do terreno, que é municipal. A proposta já foi apresentada por Doria ao presidente Michel Temer na terça-feira.

Se o governo federal der o aval para o projeto no Campo de Marte será o fim de um imbróglio que dura anos. Em 2013, o atual prefeito Fernando Haddad (PT) pediu à Aeronáutica a retirada da chamada "asa fixa" do aeroporto, eliminando, assim, a operação de jatinhos e mantendo apenas o heliponto. A alteração liberaria espaço não só para a criação de um parque, mas também para a construção de torres residenciais ou comerciais no local.

A área do Campo de Marte, na zona norte da capital paulista, equivale a dois parques do Ibirapuera. 

Estima-se que um novo espaço público ali possa ter de 200 mil a 500 mil m². Mas a desativação parcial do aeroporto não é questão fácil. Depende da transferência da aviação executiva para outras regiões da capital ou até mesmo para cidades próximas. Uma alternativa a ser considerada é o incentivo à construção de um aeroporto em Parelheiros, na zona sul de São Paulo, como já aventado no Plano Diretor em vigor.

Em funcionamento desde 1920, o aeroporto do Campo de Marte é o quinto maior do País em movimento operacional. São mais de 130 mil pousos e decolagens e cerca de 430 mil passageiros/ano. Além de Parelheiros, outros substitutos possíveis seriam os aeroportos de São Roque, localizado a 35 minutos da capital, e o de Caieiras, ainda em projeto.

Jockey 

Sem a necessidade de acordo com a União nem a definição de uma área substituta, o negócio com o Jockey parece mais fácil de sair do papel. Até porque existe precedente - Haddad negociou a desapropriação de outro imóvel do clube, a Chácara do Jockey, aberta como parque neste ano. A área onde funciona o Hipódromo Paulistano deve ser tratada igualmente.

"Não temos nada contra a ideia de se criar um parque aqui. Pelo contrário, nossas portas já são abertas à população. Mas tudo vai depender da conversa com o futuro governo", disse o presidente do Jockey, Eduardo da Rocha Azevedo. Ele ressalta, porém, que o terreno do clube é privado. "Muita gente faz confusão, acha que a Prefeitura fez uma concessão da área para nós. Mas isso não é verdade, temos a propriedade", afirma.

Os planos de Doria podem ajudar o Jockey a sair de vez do vermelho. Endividado há quase três décadas, o clube colocou em leilão em junho três imóveis avaliados em mais de R$ 40 milhões. A ação