A Comissão de Ética Pública, vinculada à Presidência da República, vai discutir nesta terça-feira (27), se abre um procedimento para investigar as declarações do ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, sobre a Operação Lava Jato. No Congresso, a oposição ao governo Michel Temer anunciou duas medidas: PT e PCdoB entraram com representação na Procuradoria-Geral da República contra o ministro e parlamentares estudam convocá-lo para prestar esclarecimentos sobre a afirmação de que uma nova fase da operação poderia ser deflagrada nesta semana.
Nesta segunda-feira, a 35ª fase da Lava Jato foi deflagrado e resultou nas prisões do ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci, Branislav Kontic, que foi assessor especial na Casa Civil, e Juscelino Dourado, que foi chefe de gabinete do petista no Ministério da Fazenda no governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
Segundo o presidente da comissão, Mauro Menezes, o caso será analisado pelo colegiado, que é responsável por "zelar pela integridade das informações privilegiadas". "Decidi submeter ao colegiado este tema relacionado à conduta do ministro da Justiça no pronunciamento que teria feito em um evento de campanha no domingo. Nós vamos examinar se pediremos esclarecimentos", disse Menezes. De acordo com o Código Penal, um funcionário público comete crime contra a administração quando revela um fato de que tem ciência em razão do cargo e que deveria permanecer em segredo.
Para a oposição, houve violação de sigilo funcional e improbidade administrativa. Caso as acusações sejam confirmadas, os senadores pedem que o ministro seja afastado do cargo.
"Esta semana vai ter mais Lava Jato"
O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, sinalizou neste domingo (25) em Ribeirão Preto (SP), que uma nova etapa da Operação Lava Jato vai ser deflagrada nesta semana.
Ele disse que a Lava Jato prosseguiria e emendou: "Teve a semana passada e esta semana vai ter mais, podem ficar tranquilos. Quando vocês virem esta semana, vão se lembrar de mim", disse o ministro.
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