Quase um ano após a tragédia de Mariana, muitas vítimas do rompimento da barragem da mineradora Samarco continuam sem receber indenização.
É o caso de Dona Maria, de 79 anos. Ela precisa de cuidados especiais por causa de dois derrames. Os filhos estão pagando aluguel e compraram móveis de segunda mão. O dinheiro e a mobília da casa prometidos pela mineradora Samarco, até agora, não passaram de promessas. "Para cuidar da mãe que ficou doente, a filha Luciana Carneiro precisou sair do emprego. "A situação é muito difícil; estou tendo que cuidar dela", afirmou.
O caso de Dona Maria não é o único, outras 105 famílias atingidas pelo rompimento da barragem de Fundão ainda não receberam ajuda da mineradora. O Ministério Público já entrou com uma ação na Justiça para que o direito dessas pessoas seja respeitado.
A Samarco, responsável pela barragem que se rompeu em novembro do ano passado, também prometeu a todos os desabrigados um cartão de auxílio financeiro no valor de um salário mínimo, mais 20% para cada dependente. Algumas pessoas, porém, vão viram a cor do dinheiro até hoje.
Segundo o MP, pelo menos 30 famílias, que perderam as casas, não receberam a antecipação de indenização no valor de R$ 20 mil. Agora, o Governo Federal anunciou um repasse de R$ 32 milhões para ajudar os atingidos pelo desastre.
“A ação civil pública retorna agora para Mariana com a intenção de liberar esses recursos que estão bloqueados”, disse o promotor de Justiça Guilherme Meneghin. Segundo ele, R$ 293 milhões ainda estão bloqueados.
Desastre
O rompimento da barragem matou 19 pessoas e deixou centenas de desabrigados. A lama se espalhou por Minas Gerais e Espírito Santo, causando a maior tragédia ambiental do país.
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