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EUA temem que operação humanitária da Rússia na Síria seja artimanha

29/07/2016 00:00

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Os Estados Unidos estão tentando determinar se o plano de uma operação humanitária da Rússia na Síria é sincero, disse o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, nesta sexta-feira, acrescentando que, se a ação se mostrar uma "artimanha", poderá arruinar a cooperação entre Moscou e Washington.

Os 250 mil civis presos há semanas em uma parte sitiada de Aleppo, cidade nas mãos dos rebeldes, têm se mantido distantes dos "corredores de segurança" que Moscou e Damasco prometeram para aqueles que tentam fugir do bastião mais importante da oposição no país.

Na quinta-feira o governo do presidente sírio, Bashar al-Assad, e seus aliados russos declararam uma operação humanitária conjunta na área sitiada, que bombardearam de panfletos pedindo que os combatentes se rendam e os civis partam.

A Organização das Nações Unidas (ONU) demonstrou apreensão com o plano, e autoridades dos EUA insinuaram que pode se tratar de uma tentativa de despovoar a cidade para que o Exército possa tomá-la. A oposição síria classificou a medida como um eufemismo para obrigar o deslocamento dos moradores e disse que seria um crime de guerra.

Aleppo, maior cidade da Síria antes da guerra, está dividida desde 2012 em setores do governo e dos rebeldes. Assumir seu controle seria a maior vitória para Assad em cinco anos de combates e demonstraria a mudança dramática a seu favor desde que os russos se uniram à luta ao lado de Damasco no ano passado.

Também seria uma humilhação para Kerry, que liderou uma iniciativa diplomática com Moscou cuja meta é permitir que os ex-inimigos da Guerra Fria cooperem contra os militantes islâmicos e restaurem um cessar-fogo para a guerra civil em geral que desmoronou em maio.

Indagado sobre a operação russa, Kerry disse que Washington ainda não tem certeza sobre a intenção de Moscou. "Tem o risco, se for uma artimanha, de desmontar completamente o nível de cooperação. Por outro lado, se formos capazes de resolvê-lo hoje e ter um entendimento completo do que está acontecendo e depois obter um acordo sobre o caminho a seguir, pode acabar criando algumas possibilidades", disse.      

Kerry afirmou ter conversado com Moscou duas vezes nas últimas 24 horas buscando esclarecer o que os russos estão pretendendo.

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