O Brasil fechou 91.032 vagas formais em junho, resultado muito pior que o esperado, acumulando no primeiro semestre perda líquida de 531.765 empregos na série com ajustes. Esta é a pior marca para o período da série histórica iniciada em 2002, em um reflexo da deterioração do mercado de trabalho em meio à profunda recessão econômica.
Em 12 meses, a redução foi de 1.765.024 postos de trabalho, também pela série ajustada, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgada pelo Ministério do Trabalho nesta quarta-feira.
Uma pesquisa da Reuters indicava a perda líquida de 58 mil empregos em junho. O resultado, além de muito pior que o esperado, foi o segundo pior desempenho para o mês na série histórica sem ajustes, iniciada em 1992, perdendo apenas para junho do ano passado, quando foram fechadas 111.199 vagas.
No mês, o movimento atingiu principalmente os setores de serviços (-42.678 postos), indústria de transformação (-31.102 postos) e construção civil (-28.149 postos), ofuscando o desempenho positivo da agropecuária (+38.630 postos). No acumulado do ano, quem puxou a fila de demissões líquidas foi o comércio (-253.855 postos), seguido pela indústria da transformação (-139.927 postos) e serviços (-123.799 postos).
A sucessão de resultados no vermelho vem sendo cravada num ambiente de economia combalida, com queda na confiança de empresários e famílias. A taxa de desemprego no trimestre até junho deverá ser divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no dia 29.
Leia também:
Brasil: desemprego deve retardar avanço da inflação
IBGE: desemprego afeta 11,440 mi de brasileiros
Veja mais em: BAND