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Estupro coletivo: MP vai analisar troca de delegado

29/05/2016 00:00

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O Ministério Público do Rio de Janeiro vai analisar o pedido de troca de delegado feito pela defesa da jovem de 16 anos que denunciou ter sido estuprada por mais de 30 homens.

Segundo a advogada da adolescente, Eloísa Samy Santiago, o delegado Alessandro Thiers, titular da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI), perguntou à vítima se ela tinha por hábito participar de sexo em grupo.

A advogada afirmou que está tentando contato com a Promotoria da Infância e da Juventude e não descarta outros meios de representar contra o delegado. “O depoimento teria sido muito mais produtivo sem ele”, disse. Procurada, a Polícia Civil ainda não se manifestou sobre o caso.

A defesa também vai fazer uma representação contra o agente junto à Corregedoria da Polícia Civil.

Entenda o caso

O caso do estupro coletivo ganhou repercussão no Brasil e no mundo. A jovem denunciou que foi dopada e estuprada por mais de 30 homens armados com fuzis e pistolas em uma casa da Favela do Barão, na Praça Seca, zona oeste da cidade.

"Não dói o útero e sim a alma", disse a jovem após ser atacada, em postagem no Facebook. A avó da menina viu o vídeo e se disse chocada com as imagens.

Imagens do crime foram gravadas e compartilhadas na internet. A Polícia Civil já identificou suspeitos de terem cometido o crime: entre eles, dois são suspeitos de terem divulgado as imagens nas redes sociais e outro aparece no vídeo ao lado da garota.

Outro suspeito é o jogador de futebol Lucas Perdomo, que mantinha um relacionamento com a jovem - ela tinha ido visitá-lo quando foi violentada. O atleta, que é atacante do Boavista, time da primeira divisão do Carioca, esteve na noite de sexta-feira (27) na Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI).


teor do depoimento do esportista não foi divulgado, mas seu advogado negou que ele tenha participado do crime.


Setor especial na PF


O presidente interino Michel Temer informou, através de seu perfil no Twitter, que o governo vai tomar medidas para combater a violência contra a mulher. Entre elas, o Planalto pretende criar um departamento especial na Policia Federal, que vai agrupar informações estaduais e coordenar todas as ações em todo o país.

A presidente afastada Dilma Rousseff também mostrou seu repúdio ao ato, bem como outras autoridades e personalidades.