Até o dia 30 de abril deste ano, a Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo registrou 274 casos de caxumba em surtos da doença. No mesmo período do ano passado, eram 41 infectados. O número é quase seis vezes maior.
Esse aumento também ocorre no Estado. Segundo a Secretaria Estadual da Saúde, até o dia 24 de março deste ano, foram contabilizados 152 casos de caxumba, resultado maior que o ano de 2014 inteiro (veja quadro abaixo). Nessa conta estão apenas casos dentro de surtos, pois ocorrências individuais não são notificadas.
O infectologista Ricardo Cantarim explicou que esse surto pode estar relacionado com a vacina tríplice viral, que protege contra caxumba, sarampo e rubéola. “Embora a taxa de pessoas que tomam a vacina em São Paulo seja muito alta, a dose só protege cerca de 80% do público”, disse.
Assim, uma parte das pessoas vacinadas não fica imunizada contra o vírus. “Esse grupo susceptível a pegar a doença vai se acumulando ao longo dos anos e vira o alvo desses surtos.”
Esse é o caso do estudante Alexandre Dias, de 20 anos, que tomou a tríplice viral quando criança, mas contraiu a doença em março deste ano. “Tive que ficar duas semanas em casa. Meu pescoço ficou inchado e dolorido”, contou.
Como a transmissão é fácil –basta entrar em contato com partículas do doente– ele evitou dividir toalhas de rosto e cobertas com os outros moradores da casa. Mas, apesar dos cuidados, a irmã também pegou caxumba.
O tratamento é o repouso, mas “o vírus pode inflamar outras glândulas, como os testículos e os ovários”, explicou o infectologista. Nesse caso, tanto a mulher quanto o homem correm o risco de ficar estéreis.
Com a chegada dos meses mais frios, é bom evitar lugares fechados. “As pessoas ficam mais juntas e se contaminam mais”, alertou.
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