A mineradora responsável pela tragédia em Mariana (MG) diz que atrasará os salários dos funcionários e pagamentos a fornecedores se as contas continuarem bloqueadas pela Justiça.
Em vários hotéis da cidade, o pagamento dos quartos reservados pela Samarco para os desabrigados está atrasado. Em um deles, a dívida relativa a quase um mês de hospedagem chega a R$ 60 mil.
Em nota, a mineradora informou que pediu o adiamento do depósito do termo de compromisso firmado com o Ministério Público por causa da tragédia.
Na última quinta-feira, o juiz Frederico Gonçalves ordenou que o Banco Central bloqueasse qualquer movimentação financeira da Samarco, depois de descobrir que havia apenas R$ 8 milhões na conta da mineradora.
Já o Ministério Público afirma que a Samarco tem recursos para honrar os compromissos financeiros.
A interdição vai acontecer até que se complete o valor de R$ 300 milhões, que será destinado ao reparo dos danos causados às famílias pelo rompimento da barragem.
A Samarco é a 10ª maior exportadora do país e tem como sócios a Vale e a BHT, maior mineradora do mundo. A empresa fechou 2014 com um lucro de R$ 2,8 bilhões.
A produção de minério estava em expansão antes do rompimento da barragem aqui em Mariana. Somente no ano passado, ela cresceu 15,5% em comparação a 2013.
Durante toda a manhã deste sábado (28), centenas de desabrigados se reuniram para escolher uma comissão para negociar com a Samarco o cumprimento de promessas, como o pagamento de um salário mínimo por família e mais 20% por dependente.
A necessidade mais urgente dos desabrigados é ter uma casa para morar, mesmo que provisoriamente. São 1265 pessoas alojadas em hotéis há mais de três semanas. Apenas 39 famílias estão em imóveis alugados pela mineradora.
Você viu essas notícias?
Projeto recria obras de arte para cegos
Primeira fase da Fuvest acontece no domingo
Governo e estados processarão mineradoras em R$ 20 bilhões
Assista:
Monomotor faz pouso forçado em rodovia no interior de São Paulo
Galeria de fotos:
