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Antes de prisão, Delcídio havia sido citado na Lava Jato

25/11/2015 00:00

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Detido nesta quarta-feira (25) sob a acusação de tentar atrapalhar as investigações da Operação Lava Jato, o líder do governo no Senado, Delcídio Amaral (PT-MS), foi citado no começo do ano na lista dos políticos envolvidos no esquema de corrupção na Petrobras.

Apesar da Procuradoria Geral da República ter pedido a abertura de inquérito contra o parlamentar, o processo foi arquivado pelo Supremo Tribunal Federal, que alegou falta de provas.

Após se ver livre das investigações, no início de março, Delcídio comemorou e disse que saía fortalecido do caso.

"Acabaram-se as injustiças, as mentiras. Eu voltei. Legitimado e com mais força ainda", disse o senador na época.  No final de abril, ele assumiu a liderança do governo no Senado, posto que estava vago há três meses e até então vinha sendo mantido pelo PMDB.

A prisão de Delcidio foi noticiada com exclusividade pela colunista Mônica Bergamo, da BandNews FM. Essa é a primeira vez que um senador brasileiro é detido no exercício do mandato, ação que só é permitida caso o parlamentar tenha sido flagrado cometendo um crime. Por isso, o STF emitiu uma autorização inédita.

Senador teria pressionado familiares de ex-diretor da Petrobras

Delcídio Amaral teria pressionado familiares do ex-diretor da estatal, Nestor Cerveró, para que o executivo não aceitasse fazer uma delação premiada.

O senador petista participou da indicação de Cerveró para assumir o cargo na petrolífera, o que gerou, no ano passado, um bate-boca público com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) – que é suspeito de participação no esquema de desvio de recursos na Petrobras e está sendo investigado.

"Eu fui consultado mesmo (sobre a indicação) e não nego isso. Conheço (Cerveró), ele é de carreira da companhia, e não teria nenhum obsto à indicação dele, e assim foi feito. Depois, com o passar do tempo, eu vi que houve uma aproximação grande com o PMDB, principalmente do Renan", afirmou Delcídio. "A gente sempre percebeu que o senador Renan tinha uma ascendência forte sobre ele."

"O senador Delcídio tem que ficar despreocupado com essa coisa de ele ter indicado o Cerveró", rebateu Calheiros. "Porque certamente ele não indicou para o Cerveró roubar a Petrobras. Então ele tem que pedir imediatamente a saída do Cerveró." 


Nascido em Corumbá, no Mato Grosso do Sul, o petista foi ministro de Minas e Energia em 1994, no governo de Itamar Franco, e em 2000, quando assumiu a diretoria de Gás e Energia da Petrobrás.

O político foi eleito para o Senado pela primeira vez em 2002, com meio milhão de votos, e desde então está na Casa.

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