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Papa chega à África para levar mensagem de reconciliação

25/11/2015 00:00

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O papa Francisco iniciou nesta quarta-feira sua primeira viagem ao continente africano depois de desembarcar em Nairóbi, capital do Quênia, onde foi recebido por um coral e dançarinos.

O Quênia é a primeira etapa de uma viagem que inclui Uganda e República Centro-Africana, e que tem como objetivo promover a paz e a reconciliação nesses países do coração da África.

Como já ocorreu em outros continentes, Francisco escolheu países que passam por problemas graves.

Francisco expressou o desejo de que sua viagem à África dê frutos materiais e espirituais, em declarações feitas à imprensa a bordo do avião que o leva para Nairóbi. "Vou com alegria ao encontro de quenianos, ugandeses e os irmãos centro-africanos", declarou o papa, visivelmente à vontade, ao saudar os 64 jornalistas que o acompanham em sua viagem.

"Agradeço tudo o que farão para que esta viagem dê os melhores frutos, tanto materiais quanto espirituais", afirmou, ao cumprimentar cada um dos jornalistas.

Indagado sobre sua etapa na República Centro-Africana, país mergulhado na violência, Francisco afirmou que há uma razão pela qual escolheu visitar essa nação, mas que somente a revelará em sua coletiva de imprensa a bordo do avião que o levará de volta ao Vaticano, na próxima segunda-feira.

A viagem acontece em um momento delicado, devido a tensões que reinam tanto na Europa quanto na África, pelos atentados de Paris, a tomada de reféns no hotel Bamako em Mali, o jihadismo empenhado em desestabilizar o equilíbrio de boa parte do mundo.  

O programa da 11ª viagem ao exterior de Francisco inclui 19 discursos e numerosos encontros com a população local, fiel a seu estilo sensível e acessível.

"Estamos vivendo um tempo em que os fiéis de cada religião e as pessoas de boa vontade são convidadas a promover a compreensão e o respeito recíprocos", reconheceu o papa nesta segunda-feira em uma vídeo-mensagem gravada antes de viajar.

Durante sua estada, Francisco ouvirá os depoimentos de meninos soldados, das vítimas da aids, dos refugiados e mutilados de guerra, de gente comum, entre os mais pobres do planeta.

Um dos momentos mais emblemáticos será a abertura, no domingo, 29 de novembro, da "porta santa" da catedral de Bangui, capital da República Centro-Africana.

Com esse gesto simbólico será antecipada em 10 dias a inauguração oficial em Roma de um Jubileu extraordinário, dedicado à "misericórdia" e ao perdão, convocado por Francisco para promover, segundo ele, "a compreensão" e "o respeito" sem distinção de raça nem credo.

Apesar de o Vaticano assegurar que cumprirá o programa estabelecido para Bangui, a etapa mais perigosa, onde planejam uma visita à mesquita do bairro-fortaleza muçulmano, há possibilidade mudanças, de última hora, para enfrentar a violência entre milícias muçulmanas e cristãs e a insegurança.

As forças de segurança do Quênia, Uganda e República Centro-Africana adotaram medidas de segurança para a visita de alto risco de cinco dias do papa Francisco.

Quênia e Uganda, que integram a Força da União Africana na Somália, são alvos dos islamitas somalis shebab, aliados da Al-Qaeda.

Os governos dos dois países anunciaram a mobilização de quase 10 mil policiais em Nairóbi e Kampala, as capitais, c